Um breve poema para libertar-se do medo paralisante
Saúde e Bem-Estar 22/09/2016

Um breve poema para libertar-se do medo paralisante

Miguel Lucas Publicado por Miguel Lucas

Sentir medo faz parte da vida. Não temos como não sentir medo. Esta forte emoção que se faz sentir sempre de forma abrupta, serve-nos. O medo é protetor, ativa o nosso organismo para que rapidamente possamos monitorar o ambiente que nos rodeia à procura da possível ameaça, percebida ou imaginada. A resposta fisiológica de medo, ou seja, as sensações que se fazem sentir no nosso corpo, quando detetamos um “gatilho” que nos perturba, tem por função alertar-nos para algo e igualmente disponibilizar grandes quantidades de energia para a ação. Mas esta resposta, quando é disparada recorrentemente, causa-nos danos.

No mundo moderno o medo tem muitas “rostos”, e a qualquer momento deparamo-nos com os muitos rostos familiares que o medo adquiriu. Medo de não conseguir passar no exame, medo de falar com o chefe, medo de falar em público, medo de perder o relacionamento, medo de não ter dinheiro para pagar as despesas, medo do fracasso. Com tantos medos a serem disparados em nós, a tendência é que o medo, de uma forma geral, se apodere da nossa vida. Quando este processo se faz sentir, desenvolve-se medo de vir a ter medo. O que em muitos de nós se faz sentir na forma de ataques de pânico.

Poema

O medo,
Sinto-o, experimento-o no meu corpo,
Chega abruptamente, invade-me a iniciativa, corta-me a confiança, aniquila-me a esperança,
Prende-me os passos, escurece-me os pensamentos,
Náuseas, nó na garganta, coração a sair pela boca,
O medo toma conta de mim,
Rouba-me os sonhos, enfraquece-me, acinzenta-me as habilidades,
Medo, sempre ele que me impede o sorriso, que me tolda a liberdade,
Medo de fracassar, medo de não falar a coisa certa,
Aquele medo que se transforma em vergonha, que verga a minha opinião, que me inibe de expressar as vontades,
Medo de perder o emprego, medo de deixar de amar, medo do que está para vir,
O medo enraizou-se, domina-me, pensa por mim, age em meu nome,
O medo nunca me defende,
Sim, devia defender-me, porque não o faz?
O medo paralisante, ostracizador, repugnante,
O medo sanguessuga,
O medo que perdeu a sua funcionalidade,
O medo que não me serve mais,
O medo que eu repugno,
O medo do qual eu me liberto,
Agitação, sudação, tensão, dor de barriga, pernas trémulas, não me amedrontam mais,
O medo e os seus sintomas, os seus pensamentos, não são mais o meu medo,
Renuncio ao meu medo,
Eu não sou o meu medo, não quero ser e não mais serei,
Liberto-me, abraço a possibilidade de caminhar tranquilo, confiante e otimista,
O otimismo pinta o meu dia, clarifica-me o pensamento, enaltece-me a vontade, injeta-me energia,
O otimismo promove-me a eficácia, liberta-me a criatividade,
Otimisticamente enfraqueci o medo,
Fortaleci-me, guiei-me, encaminhei-me para o espaço onde existe a possibilidade de aplicar o meu otimismo, sem medo.
 
–  Miguel Lucas
 superar o medo

Somos mais que o nosso medo

Saber separar-se do seu medo, não deixar que ele tome conta da sua vida é fundamental para não deixar que a ansiedade tome proporções desmedidas. Não permita que a sua ansiedade se vire contra você, até que chegue ao ponto de temê-la. Neste poema passo a mensagem da importância de você tomar consciência que não é os sintomas incómodos do medo que sente no seu corpo, como também não é os pensamentos daí advindos. Essencialmente, todas as emoções são parte do ser humano e, portanto, devemos esforçar-nos por tolerá-las e aceitá-las.

A Terapia de Aceitação e Compromisso, a qual eu aplico em consulta, começa a ser popular na psicoterapia. A saúde emocional é impulsionada pela aceitação da condição humana, honrando todos os nossos sentimentos. Dito isto, infelizmente, eu observo que muitos problemas pessoais e problemas psicológicos que as pessoas têm, nascem da não aceitação das suas emoções e repugna dos seus pensamentos negativos ou pensamentos intrusivos.

A citação popular de Forest Gump é: “Mamãe sempre diz que a vida é como uma caixa de chocolates, você nunca sabe o que lhe está reservado.” Os pensamentos que nos passam na mente são semelhantes ao que está dentro da caixa de chocolates. Um momento dão-nos alegria, outro tristeza, ou talvez até mesmo, nos conduzam à raiva. Importa que todos nós consigamos abraçar a ideia de dar a nós mesmos permissão para aceitar e honrar todos os nossos pensamentos, mesmo aqueles que não são tão agradáveis.

Não temos necessariamente que gostar desses pensamentos negativos, mas também não temos que deixar-nos atormentar por eles. Temos sempre a possibilidade de criar outros mais agradáveis e de acordo com os nossos objetivos. Para que este processo simples possa ocorrer, primeiro, importa sermos capazes de “deixar ir” aquilo que nos perturba e não nos interessa e, depois, substituir a negatividade pela positividade.

Abraço,

Miguel Lucas

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