Quer perder peso? Saiba porque as dietas não funcionam!
Saúde e Bem-Estar 22/09/2016

Quer perder peso? Saiba porque as dietas não funcionam!

Miguel Lucas Publicado por Miguel Lucas

Tenho vindo a observar que algumas pessoas desenvolvem transtornos alimentares por terem excesso de peso e tentarem ficar mais saudáveis fazendo dietas. Outras preocupam-se em demasia com aquilo que comem centrando a sua atenção de forma excessiva nas quantidades que ingerem, para mais tarde verificarem que não conseguiram perder peso, e com isso fazem uma pergunta sem resposta: “porque é que não consigo perder peso?”. Algumas pessoas passam anos numa situação clássica de efeito Yo-Yo, perdendo e ganhando peso de forma cíclica.

A questão na grande maioria das vezes não tem a ver com aquilo que se come, ou com o tipo de dieta que se faz. Tudo não passa de uma questão comportamental e emocional, que faz com que a pessoa não consiga criar um conjunto de hábitos que lhe permita perder peso de uma forma equilibrada, prolongada no tempo e com implementação de rotinas e comportamentos assertivos ao seu objetivo: perder peso.

Eu sou claramente contra as dietas para a perda de peso. Passo a explicar porquê. Primeiro que tudo devemos entender que, “dieta” é uma palavra confusa, porque pode significar “o alimento habitual e/ou bebida de uma cultura, de uma pessoa ou de um animal.” Exemplo: “Mãe, meu amigo é vegetariano, por favor faça creme de espinafres para o jantar.” Há também dietas prescritas por razões médicas, como a dieta para controlar a diabetes ou a dieta DASH, que é um guia alimentar baseado em estudos sobre planos de dietas, elaborado pelo governo norte-americano para baixar a pressão arterial e, desta forma, diminuir os riscos de saúde decorrentes da pressão alta.

DASH é a abreviação de “Dietary Approaches to Stop Hypertension”, que significa “métodos para combater a hipertensão através da dieta”. Estas são necessárias e funcionam como uma forma de motivação saudável. Mas a maioria de nós refere-se ao termo “dieta” no seu termo mais insidioso como “um programa temporário e altamente restritivo relativamente à ingestão de comida com o objetivo de perder peso.” Este é o tipo de dieta que me tenho vindo a referir. Irei clarificar o leitor acerca da sua ineficácia e inutilidade.

Porque não sou favorável a este tipo de dietas?

Ponto 1: As dietas não funcionam enquanto programas para perda de peso. Sim, você até pode perder peso, mas cerca de 95% das pessoas que perdem peso com dieta irão recuperá-lo entre  1-5 anos. Fazer uma dieta, por definição, é um plano alimentar temporário, na grande maioria das vezes não irá funcionar a longo prazo. Além disso, a privação de dietas restritivas podem levar a pessoa a comer demais ou a ciclos de compulsão alimentar.

O simples fato de estar hipervigilante sobre a quantidade de comida que tem de ingerir (ficando inibida de comer algumas das coisas que gosta), pode originar um processo de desejo exacerbado, levando à instabilidade emocional, promovendo o descontrolo e consequentemente uma obsessão sobre os alimentos evitados. De um ponto de vista mais fisiológico, o nosso organismo tem a capacidade de se adaptar,  se lhe restringir alimento de forma drástica, o seu metabolismo pode entrar num processo de retardamento, o que naturalmente torna mais difícil a perda de peso.

Ponto 2: As dietas da moda podem ser prejudiciais (e as opções de escolha são inúmeras). Por exemplo podem ter falta de nutrientes essenciais. Além disso, grande parte destas dietas  pouco ou nada ensinam sobre alimentação saudável. Assim, quando você “completou” a sua dieta da moda, existe uma probabilidade bastante elevada para voltar aos hábitos alimentares pouco saudáveis que tiveram na origem  do seu ganho de peso. Este é o início da “dieta yo-yo”, que pode só por si provocar problemas de saúde mais graves.

Ponto 3: As dietas excessivamente restritivas podem retirar à pessoa todo o prazer de comer. Isto é tudo menos benéfico. Não há nenhuma razão para que algo que necessitamos  e nos dá prazer se transforme num bode expiatório, por assim dizer, para perder peso. Transmitir a ideia de restrição excessiva, quer da quantidade quer de alguns alimentos específicos pode criar na pessoa um sentimento de “culpabilização” que lhe aumentará a ansiedade e consequentemente lhe transmite uma sensação de incapacidade de adequação.

Ponto 4: Fazer uma dieta juntamente com o uso frequente e compulsivo de pesagem, pode levar a distúrbios alimentares. Principalmente se a pessoa se preocupa em demasia com a sua imagem. Aponta-se para o facto de que as pessoas que fazem dieta e que controlam o seu peso diariamente através de pesagem, aumentam oito vezes mais a probabilidade de sofrer de um transtorno alimentar do que as pessoas que não fazem.

Ponto 5: Atenção aos produtos que dizem fazer “milagres” rápidos na  redução do peso. Pessoas ou empresas sem escrúpulos podem vender “poções mágicas de emagrecimento”, como  pós e comprimidos “especiais”, para que as pessoas que se encontram desesperadas possam aderir mais facilmente a esse engodo, custando-lhes na melhor das hipóteses, dinheiro e tempo. Mas, o pior de tudo são as consequências terríveis para a saúde.

E você, já reparou que existe um denominador comum a todos estes tipos de produtos? Afirmam que serão maravilhosamente eficazes “se forem utilizados em simultâneo com uma alimentação saudável e um programa regular de atividade física.” Na verdade eles passam à pessoa a verdadeira solução, que é fazer uma alimentação saudável e exercício físico, estes sim, são realmente os ingredientes eficazes, e não a dieta por si.

Ponto 6: A obesidade e o excesso de peso em muitos casos estão relacionados com questões de instabilidade emocional. A alimentação funciona como uma das formas encontradas para diminuição da ansiedade e/ou necessidade de reforço imediato. Como a ingestão de alimentos nos dá prazer, e é algo que temos sempre à mão, funcionando  como um mecanismo de compensação, e isto serve à pessoa, é um benefício imediato que se torna num hábito prejudicial. É algo que é paradoxal, tem uma função prazerosa e por outra provoca aquilo a que podemos chamar de danos colaterais, ou seja, tudo aquilo que mais tarde leva a pessoa a procurar ajuda, infelizmente nem sempre a que deveria.

Para as pessoas que se encontram nesta situação, a abordagem psicológica através da terapia Cognitivo-comportamental pode apresentar-se como uma solução bastante viável e eficaz, pode ajudar os clientes a identificar os sentimentos e situações emocionais na base do excesso de ingestão de alimentos e, implementar novos padrões  mais saudáveis de autocuidado, autodisciplina e controle dos impulsos.

Dica: Assim, o primeiro passo para a perda de peso duradoura e saudável é, de certa forma, e ironicamente, deixar as dietas e a mentalidade de ter de fazer dieta para perder peso.

A solução saudável para perder peso

Se você quer e/ou necessita de perder peso de forma saudável, douradora e que diminua ao máximo a probabilidade de uma recaída, deverá implementar um Plano de Alimentação Saudável (PAS) para que possa viver de forma saudável, equilibrada e desfrutar a vida. A melhor solução, mais assertiva, mais eficaz, mais barata e menos prejudicial é implementar: Um programa ao longo da vida que inclua uma alimentação saudável e prazerosa associada a exercícios físicos regulares, que irá promover a sua saúde e capacidade física.

Para perder peso, coma menos e faça mais exercício. Pode ter tanto de chato como de prosaico. No entanto, não deixa de ser verdadeiro. Coma você o que comer, se quer emagrecer a quantidade de calorias gastas tem de ser superior à quantidade de calorias ingeridas. Portanto, se você ingerir menos e gastar mais, os resultados irão manifestar-se na sua redução de peso. Se é isso que pretende, não espere mais, reduza a quantidade de comida que coloca no seu prato, saia para a rua e exercite-se.

E VOCÊ, AINDA ACREDITA NAS DIETAS PARA PERDER PESO?

Este é um tema muito sensível para milhares de pessoas, mas será que as dietas para perder peso são realmente aquilo que pensa? Qual é a sua opinião? Ainda acredita nas dietas para perder peso? Participe!

Abraço,

Miguel lucas

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Comentários
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Anderson Chipak

Miguel, concordo plenamente com tudo o que você falou. Do ponto de vista psicológico é muito difícil levar uma dieta regrada por mais de 2 anos, principalmente pela falta de prazer na hora de se alimentar.
É muito importante falar também que a perda de peso está relacionada diretamente ao metabolismo, ou seja, ao ritmo do corpo. Não adianta ingerir 1000 calorias se o corpo ainda não é capaz de gastar tudo isso. Se a pessoa não pratica exercícios físicos e começar agora, o corpo levará um tempo para adaptar o metabolismo. É nesse ponto que as pessoas falham. Muitas pessoas desistem porque acham que o corpo tem que responder (queimar calorias) no primeiro ou segundo mês. A verdade é que pode demorar de 6 a 12 meses para isso acontecer.

Outro ponto é a frequência da alimentação. Não adianta comer as 1000 calorias e pensar que está alimentado pelo dia todo. A questão é que o corpo consome apenas o que está preparado para consumir (é a questão do metabolismo, novamente). Tudo o que tiver de excesso é armazenado na forma de gordura. Então, aqui encontramos o papel do Excelente profissional que é o Nutricionista. É ele quem verifica qual é a quantidade ideal para comer e a frequência certa para que o corpo utilize 100% da comida sem guardar nada de gordura. O indicado é comer diversas vezes por dia em pequenas quantidades. Mas ai um nutricionista pode ajudar melhor.

As dietas para perder peso são, inegavelmente, as piores coisas que uma pessoa pode fazer para emagrecer. Cada pessoa tem um ritmo diferente e só um profissional pode dar a “receita” certa para cada pessoa. E, é claro, com bastante exercício físico.

Parabéns pelo artigo Miguel!

Abraço!
Anderson Chipak

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Miguel Lucas

Olá Anderson, obrigado pelo comentário.

Sim normalmente qualquer mudança necessita de adaptação, persistência e vontade, as coisas não acontecem de um momento para o outro e sem dedicação. O factor diferenciador é sempre a pessoa, claro que com o devido acompanhamento de acordo com as suas específicidades.

Agradeço muito o seu testemunho e a partilha de informação complementar.

Abraço

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Luís Ascensão

Olá Miguel,

Está muito bom o artigo.
É importante ter isso em conta exercício e boa alimentação, fará qualquer pessoa, perder, ganhar ou manter o peso, é um questão de jogar com o exercício e a alimentação sem esquecer o PRAZER.

Saudações Desportivas e Marciais,
Luís Ascensão do http://www.KarateOuFitness.com

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Miguel Lucas

Olá Luís, obrigado pelo comentário.

Sim, sem dúvida, menos comida e mais exercício, a perda de peso é o resultado dessa soma.

Abraço

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Eliane

olá Miguél.
Queria parabenizar por mais um artigo maravilhoso e pelas suas dicas de saúde. Sou fã de carteirinha da escola de psicologia.
abraços!

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Miguel Lucas

Olá Eliane, obrigado pelo comentário.

Fico imensamente agradecido pelas suas palavras. Esperamos continuar a levar até si, artigos que possam contribuir para a melhoria da sua saúde e desenvolvimento pessoal.

Abraço

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Nutª Daih Dutra

Não adianta seguir dieta se não há mudanças no estilo de vida.

Concordo quando você diz:
“Mas a maioria de nós refere-se ao termo “dieta” no seu termo mais insidioso como “um programa temporário e altamente restritivo relativamente à ingestão de comida com o objetivo de perder peso.”
E isso mesmo.

A palavra “dieta” vem do grego e significa “qualidade de vida”. Ao contrário do sentido que se dá a ela hoje em dia, de algo restritivo e passageiro, dieta é muito mais do que mudar o cardápio ou se privar de determinados alimentos.

Hoje nesse contexto de dietas para emagrecimento eu diria: mude sua vida e perca peso, e não necessariamente ao contrário.

Um abraço.

Nutª Daih.

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Sabrina

Olá Miguel, sempre acreditei que quem precisa emagrecer precisa tambem fazer uma terapia em conjunto.
Esta semana iniciarei minha terapia já esta marcada para 6a feira a primeira sessão, comprei um jump, quero muito melhorar e perder os 20kilos que ganhei durante 3 anos, mas o que estou precisando mesmo é trabalhar minha cabecinha e aceitar que preciso de mudança…. as vezes só quero dormir e isso não é legal. Inicio mas não termino minhas metas… me ajude por favor.
obrigada
Sabrina

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ANA MARIA COELHO ROSARIO

Olá Miguel

Seus textos são excelentes e têm me ajudado muito, pois, estou em tratamento de perda de peso e tenho lido muito sobre isto, porém o que mais me aflige não é a fome e sim o desejo que me leva à compulsão. Para mim ainda está sendo muito difícil lidar com isto. Há quatro meses tento não transgredir ao tratamento mas, em alguns momentos me vejo comendo vorazmente. Gostaria mais de saber sobre esta compulsão. A Compulsão Alimentar.

Atenciosamente
Ana Rosario

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ANA MARIA COELHO ROSARIO

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SARA

Olá Miguel, adorei o texto. Preciso de uma ajuda como essa para emagrecer, sofro absurdamente por ser gorda. Tenho 35 anos, estou com 30 quilos a mais que deveria. Já fiz redução de estomago, emagreci +ou- 40 e 4 anos depois voltei a engordar. Me sinto feia, tenho vergonha de mim. Vivo de casa para o trabalho e do trabalho para casa, procuro fujir das pessoas, pois tenho medo do que vão pensar, sinto me uma fracassada por ter engordado. Meu sofrimento é muito grande, mas ao mesmo tempo a comida é meu unico prazer. Aos fins de semana, comida e um quarto escuro é tudo o que quero. Então como, como, como e logo depois estou me sentindo a pior criatura da face da terra, me sinto como se tivesse cometido um crime depois que como, mas o que ainda acho pior é que essa sensação passa assim que a fome volta então como mais. As vezes sinto como um viciado em droga, digo não vou comer, daí 15 minutos estou com um hambúrguer e batata frita na mão.
Miguel, preciso de ajuda, por favor. Moro uma cidadezinha do interior e a cada dia me tranco mais em casa para que ninguem me veja e acabo comendo ainda mais.
Me indique livros, terapia, qualquer coisa que possa me fazer recuperar minha alto estima e me fazer me sentir vem novamente.

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Cristiane

Boa Noite Sara !

Acabei de ler seu comentário .

Bom , primeiramente seu caso não é indicação de livros , mais sim , uma consulta com especialistas da área da saúde. Psicologo e Nutricionistas .

Visto que após uma cirurgia de redução de estomago é necessário , um habito de vida alimentar e psíquico diferente da de antes .

Com a ajuda da nutricionista você terá uma dieta INDIVIDUALIZADA , na qual supra suas necessidades fisiológicas . Fazendo você perder peso , e ter todos nutrientes necessários em seu organismo .

Com a ajuda do Psicologo , você aprendera a olhar a situação na qual esta passando com outros olhos , e vai aprender a largar o vicio de sentir vontade de comer a toda hora , e ter a paciência de seguir a dieta e entender que tudo leva um tempo e esforço para se conseguir o que quer.

Não tenha vergonha nem desculpas para não procurar esses profissionais . Eles são os indicados, para o que você esta passando .

Visto que se continuar assim , poderá desenvolver doenças psicológicas graves , e outras .

Portanto não desista !

Boa Sorte !

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lucia

muito bom essa matéria ,realmente remédios e dietas milagrosas não funcionam, já fiz td que podem imaginar emagreço mas depois volta td de novo, e com isso fico frustrada e engordo mais. Agora estou fazendo o que ele falou não estou mais tão preocupada, com isso, estou tentando comer menos e estou fazendo caminhada 4 vz por semana 1 hora espero ao longo prazo ver resultado!!!!!!!

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