Saiba como reduzir as vozes negativas na sua cabeça
Psicologia Comportamental 22/09/2016

Saiba como reduzir as vozes negativas na sua cabeça

Miguel Lucas Publicado por Miguel Lucas

Por vezes, todos nós experimentamos vozes negativas na nossa cabeça, mas isso não significa que devemos permitir que escalem até ficarem fora de controle. Quanto mais você permitir falar negativamente para si mesmo, mais enraizados vão ficar os caminhos neuronais que irão dar suporte a essa forma prejudicial de autoverbalização. É por isso que é importante para você parar o diálogo interno negativo exacerbado, assim que fique ciente que o está a ter. Mas, em primeiro lugar importa dar resposta a uma pergunta bastante pertinente.

Existe uma razão plausível para você dizer coisas desagradáveis para si mesmo, que nunca sonhou sequer dizer a alguém que você gosta? O que se será que acontece para que você seja demasiado autocrítico?

A investigação tem sugerido que poderia ser uma voz real do seu passado (por exemplo, um professor, um amigo, um pai, um patrão) que você assimilou como sendo sua, e que no momento presente é ativada automaticamente. Às vezes, quando as pessoas que amamos dizem coisas que nos ferem, as palavras transformam-se em cicatrizes internas permanentes, as quais podem influenciar a forma como nos vemos e como pensamos acerca de nós mesmos. Outras vezes, a voz negativa na sua cabeça é um reflexo de sua perspectiva geral sobre a vida. Martin Seligman, refere-se a este fenómeno como um “estilo explicativo“, que pode ser pessimista ou otimista.

Quanto mais pessimista você for, mais se irá culpar quando as coisas dão errado e quanto mais você contribuir para que uma coisa que deu errado fique fora de proporção, mais você generaliza, julgando que tudo na sua vida dá errado. Que tipo de estilo explicativo você acha que tem e até que ponto é influenciado por uma variedade de fatores, desde a sua felicidade, das pessoas ao seu redor, e das influências do seu passado?

Questione a sua própria voz negativa

A verdadeira questão é, como você pode mudar para um estilo explicativo mais otimista, de modo que consiga parar de prejudicar-se com o seu diálogo interno negativo? A ironia, é que a mudança positiva está na capacidade de falar de volta para aquela voz, e questioná-la.

Primeiro, pergunte-se:

  • Os meus pensamentos estão a ser impulsionados pela minha mente racional ou emocional?
  • Os meus pensamentos são uma representação realista do que está acontecendo, de quem eu sou e como sou capaz de fazer as coisas?
  • Que provas tenho a favor e contra o meu pensamento?

Quando você começa a racionalizar a situação e a tentar separar as emoções que foram disparadas, você começa a perceber que é a sua frustração falando, não a sua habilidade, capacidade ou personalidade.

voz interna

Em seguida, tente olhar a situação por outra perspectiva:

  • Se os meus amigos estivessem a dizer isto para eles mesmos, o que eu lhes diria para desafiarem as suas autoverbalizações negativas?
  • Como eu poderia dizer-lhes para reformularem a situação de uma forma mais positiva?

Olhar a situação por outro prisma permite pensar mais criativamente acerca dela e vê-la a partir de um ângulo diferente.

Por último, mas não menos importante, olhe para o quadro maior:

  • Qual é a pior coisa que poderia acontecer aqui? Qual é a probabilidade disso acontecer?
  • Qual é a melhor coisa que poderia acontecer aqui?
  • Qual o impacto disto daqui a cinco anos?

Você pode desafiar as suas autoverbalizações negativas usando essas perguntas uma e outra vez. Assim que você começar a tomar consciência que as suas autoverbalizações tornaram-se mais positivas, então pode começar a reduzir o uso das perguntas. É importante lembrar que você não deve punir-se por ter esses diálogos internos negativos, isso só vai piorar a situação ou iniciar novas espirais de negatividade.

Aprenda a tornar-se mais ciente disso, reconheça que elas se manifestam e aparecem ainda no seu discurso (ao invés de odiá-las), e, em seguida, comece a questioná-las. Acredito que se você praticar as indicações anteriores, em pouco tempo irá conseguir parar as vozes negativas na sua cabeça e substituí-las por formas mais assertivas e otimistas. Certamente esta é uma forma muito saudável de construir uma relação positiva consigo mesmo.

Se algumas dessas vozes se tornaram depressivas e você tem vindo a ficar mais abatido e desesperançado, clique no link em baixo e saiba como pode recuperar a sua paz de espírito e alegria de vida:

Lidar com os pensamentos depressivos

Abraço,

Miguel Lucas

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Comentários
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Vilson

Artigo muito bom, já vou começar praticar. Obrigado Dr. Miguel.

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Marcos Paulo

Muito bom artigo, tenho destas autoverbalizações negativas e que me atrapalham às vezes. Também vou colocar em prática.

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Yury

Excelente artigo!
Uma atividade que tem me ajudada MUUUITO foi ter iniciado um diário da gratidão. Todo dia, assim que acordo, escrevo 3coisas pelas quais sou grato. Procuro sempre descobrir coisas novas e anotá-las. Isto tem melhorado minha felicidade e minha maneira de reagir a problemas. Além, claro, de está me ajudando a conter meus pensamentos negativos.
Sempre tive pensamentos negativos, cheguei a até achar que fazia parte da minha personlidade, que eu era pessimista por natureza e devia aprender a conviver com isto. Depois, fui percebendo que não, eu não era pessimista, apenas tinha gigantescos pessamentos negativos e acabei me auto taxando de pessimista. Desde então, tenho procurado melhorar e conter estas afirmações. O que tem me deixado muito mais feliz e alegere o/

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luiz alberto

Agradeço a ajuda de como lidar com um problema que me acompanha há muito tempo – negatividade.
Ultimamente tem sido mais intenso, porém, compreendi que as vozes anteriores – críticas demasiadas na infância – persistem em me atormentar.
mais uma vez agradeço as sábias e generosas palavras.

Luiz Alberto

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Natália Sousa

Muito bom o esse tema. Tenho sofrido com a voz negativa na minha mente,
vou começar a praticar .

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katrina petra

Olá, dr. Miguel.

Sofri deste a infância com diálogos mentais, de vozes negativas, altamente críticas e autocríticas. Recentemente me libertei delas, infelizmente, só com a morte de minha mãe. Sofro Depressão Grave e estou tratada e estabilizada. Para diminuir minha dor emocional e a raiva pela dificuldade de entendimento e aceitação por parte das pessoas, da minha condição, resolvi escrever um livro. O título é "O Que eu Tenho a dizer Sobre Depressão". O diálogo com os leitores e a exorcização daqueles sentimentos ruins me ajudaram muito. Gostei de encontrar esse site. Aqui no Brasil a abordagem em psicologia e psquiatria é muito branda ou técnica. Seu site dá uma perspectiva diferenciada e mais aprofundada da questão. Agradecida, Katrina

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Laysa Natascha

Vou aprendendo com essa prática..

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Anderson Caruso

Gostei muito, vou começar a praticar e vou passar adiante.
Obrigado

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José Oliveira - LiberePotencial

Este Artigo ficou tão bom (apesar de curto) que compartilhei ele no meu perfil de psicoterapia.
Parabens!

Abraços!
Dr José Carlos Oliveira
http://www.libereseupotencial.com

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Miriã

puxa gostei muito Dr. Miguel, valeu mesmo vou usar par minha vida! 🙂

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