Psicologia positiva para crianças: Ensinar a resiliência
Parentalidade 22/09/2016

Psicologia positiva para crianças: Ensinar a resiliência

Miguel Lucas Publicado por Miguel Lucas

A psicologia positiva tem vindo a ganhar um espaço de reconhecimento para o desenvolvimento pessoal e bem-estar das pessoas. Certamente os mais jovens terão muito a beneficiar com as estratégias que a psicologia positiva tem para oferecer. Aprender a lidar com as emoções, a reconhecer os valores próprios e os da sociedade em geral, a perspectivar um caminho otimista perante a dificuldade, estabelecer relações assertivas com os seu pares, entre outras competências. Esta capacidade que os mais jovens podem vir a desenvolver permite-lhes ficarem munidos de formas de pensamento, atitudes e comportamentos para lidarem com a ansiedade, depressão ou outros problemas psicológicos, assim como a construírem caminhos que lhes promova o sucesso e o bem-estar .

O desenvolvimento de um conjunto de competências fundadas na capacidade de utilizar estratégias para lidar com as vicissitudes da vida constroem a resiliência nas crianças, ajudando-as a não caírem em depressão ou frustração exacerbada. É premente que em conjunto com as habilidades académicas se desenvolvam currículos nas escolas que ensinem os educadores, pais, e finalmente as crianças, as competências essenciais de resistência e outros princípios da psicologia positiva.

O Programa de Resiliência Penn, que decorre na Universidade da Pensilvânia no Centro de Psicologia Positiva (Positive Psychology Center), mostra-nos através de 17 estudos com cerca de 2.500 estudantes do ensino médio que os alunos preveniram ou reduziram os sintomas depressivos, efeitos que prevaleceram durante um ano, passado um ano do término do programa. Devido ao reconhecido sucesso, o programa foi implementado em algumas escolas no Reino Unido e Austrália, bem como para outras escolas nos Estados Unidos. Este programa está entre os líderes do novo campo da “educação positiva”.

Diálogo interno destrutivo

Uma habilidade chave para a construção da resiliência nas crianças é saber identificar a ligação entre a essência do diálogo interno, o que está passando na cabeça das crianças “rádios internos”, e os seus sentimentos e comportamentos. O diálogo interno negativo /destrutivo pode criar profecias autorrealizáveis, levando as crianças a comportarem-se de maneira a criar novas situações que só reforçam os pensamentos negativos que têm sobre si mesmas.

Digamos, por exemplo, que uma criança não teve bom aproveitamento num teste de probabilidades. Isso pode levá-la a pensar: “Eu não consigo fazer matemática”, alimentando sentimentos de desânimo e tristeza. Devido a esses pensamentos, ela para de estudar e, em seguida, piora no próximo exame. Segue-se uma espiral descendente.

resiliência

O que é premente fazer, se você é pai, educador ou professor é aprender e aplicar estratégias que possam interromper o processo autodestrutivo. Levando em consideração a abordagem da psicologia positiva é premente ensinar aos adultos como ajudar as crianças a desafiar o seu diálogo interno negativo e a olhar e interpretar as decepções de outros ângulos.

Tal como no exemplo anterior, a criança que não teve aproveitamento no teste de probabilidade, talvez possa ter ocorrido porque é uma área da matemática que ela acha difícil, mas ela destaca-se nas frações, talvez ela se tenha sentido “desligada” durante o exame porque não dormiu bem na noite anterior, ou porque ficou triste por um acontecimento pessoal. Uma vez que a conexão negativa e destrutiva nos padrões de pensamento seja identificada, os adultos podem incentivar as crianças para chegar a melhores formas de combater o problema. A educação positiva também incentiva as crianças a identificar e abraçar os seus pontos fortes.

Modelar as estratégias assertivas

Tal como na teoria da aprendizagem por observação de Ablert Bandura, é importante que pais e educadores utilizem a modelação para ensinar as técnicas de raciocínio e de interpretação dos sentimentos e comportamentos através do exemplo prático. As crianças são mais propensas a imitar o que vêem os adultos fazer do que propriamente aquilo que ouvem eles dizer.

Se os pais derem o exemplo, é realmente muito provável que as crianças o sigam.

Dar Feedback Positivo

As relações íntimas são uma área da vida onde o uso da psicologia positiva pode fazer uma grande diferença. De acordo com Gable Shelly, professor associado de psicologia na Universidade da Califórnia em Santa Barbara, uma chave importante para compreender a força de um relacionamento é perceber como funciona nos bons momentos, não apenas se ele resiste ao maus.

Na relação com as crianças este é um assunto sério no que diz respeito à informação que o adulto transmite aquando da verificação de comportamentos, atitude e situações consideradas positivas. Reagir de forma positiva não só reforça os laços, mas também mostra que quando a criança passar por tempos difíceis ou negativos que o adulto estará lá. As reações positivas também ampliam os efeitos edificantes da boa notícia para a criança que está esperando por uma reação do adulto. Uma resposta negativa ou semi-positiva a um bom comportamento da criança pode minar todas as prestações decorrentes de divulgar ou expressar, em primeiro lugar, esse mesmo comportamento.

Considere o exemplo seguinte:  O seu filho (a) chega em casa, radiante, e anuncia que teve um valor elevado no trabalho escolar. Você poderia reagir com:

1. Uma resposta construtiva ativa.Isso é ótimo, você merece, eu estou tão orgulhoso de você!” Em seguida você deveria fazer perguntas relacionadas com o assunto. Este tipo de abordagem transmite entusiasmo, apoio e interesse.

2. A resposta construtiva passiva.Bom trabalho, querido!” em seguida, você passava para o próximo tópico, como por exemplo o jantar.

3. Uma resposta destrutiva ativo.Uau! Será que isso significa que você agora vai deixar de ser preguiçoso e dedicar-se mais aos estudos? Será que é desta que você toma juízo? Eu não posso acreditar que vou ter um filho bem sucedido.” Geralmente este discurso só deprecia a outra pessoa.

4. Uma resposta destrutiva passiva. Pode assumir uma das duas formas: “Uau! “Espera que eu vou contar-te o que aconteceu comigo hoje“, este discurso é muito autocentrado, ou, “Preciso da sua ajuda amanhã?” Ignorando por completo o acontecimento.

Abraço,

Miguel Lucas

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