A autoconfiança é um construto transversal à identidade de cada um de nós e exerce influência na forma como agimos no mundo. Nos mais variados problemas psicológicos e problemas pessoais, em determinado grau a autoconfiança sofre abalos e interfere com a respetiva melhoria e firma-se como um dos grandes obstáculos ao desenvolvimento pessoal. Particularmente quando somos afectados pela ansiedade ou problemas relacionados como o medo de falar em público, timidez, autoestima diminuída, ou de forma mais patológica por algum transtorno de ansiedade, como a fobia social, ataques de pânico, ansiedade generalizada.
Noutros artigos publicados na Escola Psicologia, abordei alguns passos e formas para construir a autoconfiança, estratégias para desenvolver a confiança e estratégias para melhorar a autoconfiança. Neste artigo, descrevo uma técnica simples e prática de como construir autoconfiança.
Para melhor expor as técnicas a utilizar, vou tomar como exemplo um caso de ansiedade social, mas você também pode usar isso para situações em que possa sentir baixa autoconfiança na realização de uma tarefa (por exemplo, você está sentado para fazer uma tarefa no seu computador no trabalho, a tarefa complica-se, e você começa a sofrer de ansiedade).
PASSO 1:
Identifique uma situação comum que desencadeia a sensação de baixa autoconfiança.
Exemplo: Você está sentado no refeitório e um pensamento negativo carregado de ansiedade entra na sua mente.
PASSO 2:
Pense na última vez que isso aconteceu e responda às seguintes quatro perguntas sobre como você agiu quando a sua baixa autoconfiança foi sentida. Como é que você age quando a sua baixa autoconfiança é desencadeada em termos do seu:
A. Comportamento e palavras
Exemplo: Você começou a conversar com pessoa na sala com quem se sente mais confortável, em vez de falar com todas as pessoas na sala.
B. Postura corporal e gestos
Exemplo: Você mudou a sua postura corporal para que pudesse estar virado e olhar para o seu amigo e virou as costas para a maioria das pessoas na sala. Você baixou a sua cabeça enquanto estava falando.
C. Tom de voz.
Exemplo: Você falou em voz baixa e não tão claramente como de costume (você expressou as suas palavras como se estivesse a sussurrar um pouco).
D. Expressões faciais
Exemplo: Você apertou os músculos dos maxilares.
PASSO 3:
Decida sobre algumas alternativas às formas de comportamento comum que lhe têm causado problema. Verifique se você tem um plano para todas as 4 categorias e use-as conjuntamente. Vai levar tempo e prática antes do novo comportamento ficar devidamente implementado e passar a ser automático e funcional nas situações sociais. Seja persistente!
A: Comportamento e palavras
Exemplo: Primeiro oiça os conteúdos das conversas. Deixe a outra pessoa tomar a iniciativa e posteriormente entre na conversa. Diga algo positivo, mostre o seu interesse pelo assunto, faça uma questão de complemento da informação num tom de voz entusiasta e envolvente. Alterne o foco do seu olhar, olhe para a pessoa em questão e vá olhando igualmente para algo ao seu redor.
B: Postura corporal e gestos
Exemplo: Sente-se na sua cadeira de uma forma descontraída. Solte todas as áreas do seu corpo que possam estar sobre tensão exagerada (por exemplo, deixando cair os seus ombros). Mantenha o seu corpo voltado para onde estão a maioria das pessoas na sala
C: Tom de voz.
Exemplo: Fale claramente, sem pressa, num tom descontraído e interessado??.
D: As expressões faciais.
Exemplo: Relaxe os músculos do seu rosto (fazendo um ligeiro sorriso).
EXPLICAÇÃO TÉCNICA DA EFICÁCIA DOS EXERCÍCIOS ANTERIORES
A forma como nos comportamos, como verbalizamos os nossos estados e pensamentos através das expressões corporais, tom de voz e expressões faciais, são a forma como materializamos os nossos estados de espírito. Inevitavelmente uma baixa autoconfiança irá fazer notar-se em algumas das áreas referidas. E é exatamente nas capacidades que temos e exprimimos para nos comunicarmos com os outros, com o mundo e connosco, que podemos investir algum do nosso tempo e esforço, no sentido de nos capacitarmos mais e aprendermos formas de melhorarmos os níveis de autoconfiança.
Independentemente das técnicas aplicadas, temos ao nosso dispor um conjunto de ferramentas (as nossas várias formas de comunicarmos) que podem ser aprendidas, praticadas e melhoradas no sentido de nos servirem e cumprirem com os nossos objetivos. De certa forma, facilita muito conseguirmos desapegarmos as nossas ideias acerca de nós mesmos, normalmente traduzidas em conceitos como aquele que aqui estou a abordar: a auto-confiança.
Se percebermos que a nossa baixa autoconfiança, para além de ser uma expressão conjunta de uma série de comportamentos e atitudes que temos e outras que não conseguimos realizar, e que esses mesmos comportamentos e atitudes podem ser abordados com distanciamento, ficamos numa posição vantajosa para a melhoria. Ou seja, podemos olhar para os nossos comportamentos não desejados (baixa auto-confiança) como algo que está fortemente relacionado com a forma como o nosso corpo expressa os nossos sentimentos, pensamentos e comportamentos.
Se pensarmos nessas formas de expressão como ferramentas que podem ser trabalhadas, passamos a ter a possibilidade de trabalhar sobre nós mesmos, mas com uma visão de separação da nossa pessoa. Olhamos para as nossas formas de expressão como um conjunto de ferramentas que temos ao nosso dispor, que podemos melhorar e desenvolver.
NOVA VISÃO
Ao invés de dizermos que temos uma baixa autoconfiança, será mais funcional e promotor dizermos que possuímos um conjunto de formas de expressão e comunicação com os outros, como o mundo e connosco mesmo que necessitam da nossa atenção, que necessitam de ser trabalhadas, mudadas e melhoradas para conseguirmos ter um desempenho mais eficaz e consequentemente sermos bem sucedidos.
Esta nova visão acerca daquilo que poderia ser depreciativo e que passamos a encarar como algo que existe em nós, mas que é passível de melhoria é muito capacitador e esperançador. E que essa melhoria é tanto mais eficaz quanto mais percebermos que devemos olhar para os comportamentos, palavras, postura corporal, expressões faciais e tom de voz como ferramentas que podemos aperfeiçoar e consequentemente aumentarem a autoconfiança.
Palestra em Vídeo
Se apesar de todos os seus esforços não tem vindo a conseguir melhorar a sua autoconfiança, e pretende de ter acesso a algo mais aprofundado e orientador, passo a passo, construí um produto que você poderá gostar de adquirir, refiro-me à minha Palestra em vídeo: Como Melhorar a Autoestima e Autoconfiança. Para ficar a saber mais Clique Aqui
Abraço,
Miguel Lucas
Bom dia!
Eu me inscrevi para receber as atualizações do site com artigos e sempre os leio.
Esse artigo de hoje foi muito espacial porque ontem eu estava na internet procurando justamente sobre como aumentar a minha auto-confiança porque aconteceu um episódio durante a semana que me fez ver que eu preciso aprender a valorizar mais o meu trabalho.
Assim, nem sei como agradecer pelo artigo e vou divulgá-lo para todos.
Muito obrigada,
Lucilene
Brasil
Olá Lucilene, obrigado pelo comentário.
Ficamos muito gratos pelo seu gesto e iniciativa de divulgação.
Espero que o artigo possa ajudar-lhe neste momento de dificuldade.
Força e coragem
Abraço
Belíssimo artigo! Simples, conciso e com informação muito útil. Só uma pequeníssima correcção – onde se lê “Fale claramente, sem pressa, EM NUM tom descontraído e interessado??.” dever-se-ia ler “Fale claramente, sem pressa, NUM tom descontraído e interessado??.”
Tive contacto com o blogue há apenas alguns dias e sem dúvida será um ponto onde passarei mais vezes. Continuem!
Olá Tiago, obrigado pelo comentário.
Fico agradecido pelo reconhecimento da utilidade da informação disponível no artigo.
Agradeço ainda a chamada de atenção da “gafe”.
Abraço
Muito bom asn frases!!!!
Obrigado Por me ajuadar.
alo miguel, a partir de agora vou usar desta ferramenta para dar volta ao mundo e mudar de vida , afinal eu posso tudo porque acredito desde ja em mim mesmo e na minha auto confianca. brigado mano
Olha, não gostei do artigo; achei-o um pouco confuso e não consegui tirar proveito.
Poderia ser mais claro nos artigos? Desde já peço-lhe desculpas é minha opinião.
Muito obrigado ?
Olá Francisco, obrigado pelo comentário.
É sempre livre de expressar a sua opinião. No entanto, se analisar melhor as centenas de comentários nos artigos, certamente perceberá que a opinião é exatamente contrária à sua. Tente analisar melhor o que lê e transferir para a sua vida.
Quando a mim, irei continuar a escrever como sempre tenho feito.
Abraço
Olá Miguel, boa noite!
Sou brasileiro, moro em Muriaé, no Estado de Minas Gerais e estava na internet procurando por textos que abordassem o termo "negatividade" quando tive a felicidade de descobrir e entrar no seu site "Escola e Psicologia" e conhecer o riquíssimo acervo de conteúdo de seus escritos, que passo a chamar de aulas práticas!
Sou praticante da técnica EFT – Emotional Freedon Tecniques – ou Técnicas de Libertação Emocional que tem por finalidade, exatamente, nos livrar de todos esses sentimentos, pensamentos e emoções negativas que tanto prejudicam e atrapalham nossa vida!
E seus artigos vieram a ampliar meu entendimento sobre a origem e consequências dessas negatividades e como eliminá-las com a ajuda da EFT!
Eu só posso dizer-lhe: MUITÍSSIMO OBRIGADO e que DEUS retribua todo o bem que você vem espalhando pelo mundo!
Fique em Paz.
Grande abraço.
José Raimundo Magalhães Rodrigues
Rua Benedito Valadares, 242/201 – Bairro da Barra –
36880-000 – MURIAÉ-MG
Tenho pesquisado muitos artigos relacionados a esse tema, mas o seu artigo, apesar de breve, se destacou como o melhor entre todos eles.
Meus parabéns, adorei ler seu conteúdo e passarei a visitar seu site 😉
Ps.: Os dois últimos parágrafos definem algo muito importante.
[…] Quando criamos o hábito de pensar positivamente, o resultado é um sentimento geral de otimismo, bem-estar e elevada autoconfiança. […]