Na atualidade os antidepressivos são os medicamentos mais comummente prescritos, nos Estados Unidos 1 em cada 10 adultos tomam. Em Portugal a venda de antidepressivos nos últimos dez anos teve um aumento de 110%, segundo o relatório do INFARMED, e no Brasil em cinco anos a venda de antidepressivos subiu 48%. Segundo especialistas, o aumento nas vendas desse tipo de medicamento deve-se à prescrição exagerada da “pílula da felicidade”, tanto por médicos de outras áreas quanto para pacientes sem depressão. As estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) para os próximos 20 anos não são das mais animadoras. Segundo levantamento da instituição, a depressão será, em 2020, a segunda “doença” mais prevalecente do mundo.
Antidepressivos, um bem menor
Para as pessoas que sofrem de depressão clínica grave, estes novos fármacos têm sido uma dádiva de Deus. Para todos os outros, a imagem não é tão clara. Curiosamente, a grande maioria das pessoas que tomam antidepressivos não têm depressão profunda. Em vez disso, essas pessoas podem sofrer de ansiedade leve, angústia, humor diminuído, stress elevado, reclamando que “simplesmente não estão felizes”, sentem-se em baixo, têm um senso de culpa ou descontentamento, ou qualquer uma das centenas de outras formas de mal-estar a que podemos chamar de período de aflição.
Com a nova classe de antidepressivos chamados inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS), que geralmente são pouco aditivos e têm um perfil baixo de efeito secundários, muitos médicos de cuidados primários bem intencionados sentem-se confortáveis a prescrever antidepressivos aos seus pacientes quando estes “precisam de algo” para diminuir a sua tristeza e abatimento. E, para mim este ato tão bem intencionado, tem muito mais de prejudicial do que de benéfico.
Sou apologista que a grande maioria das queixas de mal-estar psicológico, especialmente as que provocam disfuncionalidade no local de trabalho e nas relações intimas e sociais, necessitassem de uma abordagem conjunta entre a prescrição de medicamentos e o acompanhamento com terapia psicológica.
Na depressão grave, numa primeira fase pode ser necessário que a pessoa com depressão seja medicada com antidepressivos no sentido de reverter os sintomas físicos desagradáveis e incapacitantes. No entanto, dado que a depressão é um transtorno de humor que se relaciona com os acontecimentos da vida e com a forma como a pessoa enfrenta os seus problemas, será que a toma de antidepressivos pode ser considerado uma solução para o bem-estar e felicidade geral? Admito que não!
Expliquei este assunto de forma aprofundada no artigo: Tenho um problema, devo tomar medicação ou fazer algo para resolvê-lo?
Os não tão felizes efeitos secundários
Em The Emperor’s New Drugs: Exploding the Antidepressant Myth, o investigador Irving Kirsch, Ph.D. examina cuidadosamente ambos os estudos publicados e não publicados e chega à conclusão de que para a maioria dos pacientes, muitas das drogas ISRS parecem servir como pouco mais do que placebos caros.
Expliquei este assunto de forma aprofundada no artigo: Quebrando o mito dos antidepressivos
Entre os estudos publicados, cerca de 3 dos 4 antidepressivos apresentam-se como sendo eficazes, mas desses estudos, os que não mostram nenhum benefício dos antidepressivos, cerca de 9 em 10 não foram publicados. Por outras palavras, parece haver uma tendência pronunciada para publicar em primeiro lugar os estudos clínicos que demonstram mesmo o menor efeito dos antidepressivos. Os estudos que não apresentam qualquer beneficio da toma de antidepressivos, ficam simplesmente arquivados e nunca são dados a conhecer.
Para refletir: Com o seu custo elevado, os antidepressivos aumentam o custo do atendimento de saúde, mas não ensinam nada aos pacientes.
Mais preocupante é o fato de que essas drogas às vezes têm efeitos secundários significativos. Enquanto muitos efeitos secundários são apenas irritantes, tais como perda de libido ou distúrbios digestivos, para alguns pacientes, os efeitos secundários são muito piores do que aquilo que é suposto os comprimidos melhorarem. Esses efeitos secundários incluem agitação grave, comportamento agressivo e até mesmo comportamentos violentos associados à Síndrome de Serotonina, podendo levar mesmo ao suicídio.
Para aprofundar o assunto, leia: Será a depressão uma doença? Talvez não, saiba porquê!
Outros caminhos para o bem-estar
Muitas formas de psicoterapia diferem das abordagens que incidem exclusivamente nos medicamentos, debruçando-se sobre as causas em vez dos sintomas. Muitas terapias ensinam as pessoas deprimidas ou ansiosas novas habilidades, novas estratégias de lidar com as situações indutoras dos problemas, reestruturação de pensamentos e crenças sobre si, sobre o mundo ao seu redor, e sobre o seu futuro, que pode levar a novos padrões de comportamento.
Embora não seja uma panaceia, a psicoterapia pode fornecer estratégias e métodos para mudar o pensamento das pessoas, estratégias de lidar com as situações do dia-a-dia e técnicas de redução dos sintomas físicos desagradáveis, produzindo benefícios duradouros.
Aqui mesmo no site você pode usufruir de consultas de psicologia online para superação da depressão: CONSULTAS DE PSICOLOGIA ONLINE
Se for ensinado às pessoas deprimidas técnicas de relaxamento e competências de assertividade apropriadas, se melhorarem a sua capacidade de comunicação, e mostrar-lhes como evitar distorções negativas da realidade, certamente o seu mal-estar irá melhorar, assim como o abatimento e a desesperança.
Fato: Não há pílula que possa ensinar essas habilidades.
Mudanças de estilo de vida relativamente simples também podem fazer uma diferença significativa. Por exemplo, num estudo realizado na Duke University, um grupo de pacientes receberam um programa de trinta minutos de exercício físico três vezes por semana, que se mostrou “tão eficaz quanto o tratamento medicamentoso no alívio dos sintomas de depressão maior” numa questão de poucos dias.
Abordei de forma aprofundada este assunto no artigo: Depressão, benefícios do exercício físico
Os caminhos para o bem-estar
Crenças improdutivas e desadequadas tais como: ” Eu não sou amável” ou “Eu não sou seguro” ou “Eu sou inútil”, são frequentemente o resultado de conclusões distorcidas retiradas de experiências amargas da vida. Algumas destas crenças inadequadas e irrealistas constroem-se quando somos crianças ou adolescentes, antes que tivéssemos desenvolvido a capacidade para compreender e interpretar melhor alguns acontecimentos.
Abordei este assunto no artigo: Mude as suas crenças, evolua a sua mente
Tal como os eventos traumáticos podem ter um impacto profundo e de longo prazo sobre o humor, mentalidade e equilíbrio emocional, os eventos mais comuns e mais subtis a que chamamos de microtraumas, também podem ter influência profunda e duradoura. Tais microtraumas podem resultar de experiências aparentemente inócuas como críticas, palavras duras e rótulos depreciativos, ou a pressão das expectativas excessivamente elevadas, repetidas ao longo do tempo.
As crenças limitantes como resultado, podem causar reações às situações de vida devido a um filtro extremamente negativo que a pessoa foi desenvolvendo ao longo do tempo, fazendo emergir um período de aflição como mencionado anteriormente.
Se você se encontra num desses períodos de aflição na sua vida, podendo daí emergir mal-estar, tristeza, angústia, problemas de ansiedade, autoestima diminuída, humor diminuído, desmotivação e sobretudo uma enorme paralisia da vontade, certamente beneficiará da aplicação de algum tipo de terapia psicológica.
Na Terapia Cognitivo-comportamental a pessoa é encorajada à reestruturação das suas crenças limitadoras e disfuncionais, assim como aprende a conseguir identificar as formas de pensamento destrutivo e incapacitante que a mantêm presa num ciclo de desesperança.
Se você está a passar por um período difícil, eventualmente já experimentou vários tipos de medicamentos, ou mesmo de apoio psicológico, e continua sem ver melhorias ou tem constantes recaídas, certamente a sua esperança de recuperarão pode estar bastante diminuída. A constante combatividade na tentativa da superação do problema aliado ao insucesso dos tratamentos, remete a pessoa para um estado que piora ainda mais o estado em que se encontra. Martin Seligman, apelidou este processo de Desesperança Aprendida.
No entanto, eu acredito que a depressão e os seus problemas associados podem ser resolvidos com eficácia através de um programa de tratamento, edificado na premissa que a depressão é um transtorno de humor que tem as suas causas na relação que a pessoa estabelece consigo mesmo, como os outros e com o mundo e não necessariamente devido a um desequilíbrio químico no cérebro.
Para aprofundar o assunto leia: Olhe a depressão como ela é, um problema com várias saídas
Abraço,
Miguel Lucas
Boa tarde, como já sabe ando a tomar cipralex ha ja um ano, posso dizer que mudou a minha vida, actualmente ja nao estou em depressão, mas o que me mudou realmente a vida foi conseguir voltar a dormir 8 horas seguidas, em ves de ter insonias ou acordar a cada 2 horas que foi o ADT e cyprex . actualmente sinto muito bem, bastante calma ja que era muito ansioso e nervoso, antes tinha sempre a maos a tremer actualmente pareço um cirurgiao 😀
Fiz 1 ano com psicologo so ajudou me a até um certo ponto.
Rúben, obrigado pelo comentário
Fico contente que tenha melhorado. É preciso notar, que eu não sou contra a toma de antidepressivos. Na verdade em algumas situações podem resultar. No entanto, resultando, não quer dizer que necessariamente se deva exclusivamente a esse fator. Por exemplo pode dever-se ao fator placebo. Mas se existe melhoria ótimo.
E para aqueles a quem a toma de medicamentos trousse mais problema do que melhoras. É importante pensar nisto. E que existem alternativas bastantes eficazes e sem efeitos secundários que podem melhorar o problema da depressão. Mas mesmo na terapia psicológica é necessário que todo o processo seja devidamente aplicado.
Abraço
Eu nao aguento mais…
Eu nao aguento mais…
Só queria paz…
Tenho pais que acham que sou uma vagabunda…mesmo tendo meus próprio negócio e tendo uma renda de 8 mil reis por mes…
Minha mãe sempre me humilhou…ofendeu…sempre me põe pra baixo…isso desde criança …na adolecencia entrei nas drogas….um prato cheio para ela me humilhar ainda mais….meu pai é um frouxo…que sempre viu ela nos judiar…minha irma tb e nunca fez nada!…
Desde o episódio das drogas…ela continua me tratando como uma inútil…e toda a vez que ela me humilha, para mim doi mais que para qualquer outra pessoa…
A seis anos consegui montar meu negócio atras de nossa casa…tenho que morar lá para cuidar dos negócios…nao posso sair…
Ela sempre me põe pra baixo…sempre meu pai tb…
Meu negócio vai bem…sei administrar , recebo elogios…mas para eles nunca é o suiciente, mesmo eu dando muitos e muitos presentes e inclusive dinheiro…
Cara …tô tão deprimida…engordei 25 kilos…tenho depressao desde criança…só durmo e trabalho…e pros meus pais sou um nada…
Se pudesse escolher…gostaria de ter um enfarte e morrer hj a noite…
Não vejo luz no fim do tunel….
Só a morte deles ou a minha haverá salvaçao…
Obrigada
Olá SS, obrigado pelo comentário
Pelo que deu para perceber você tem um negócio que lhe corre bem. Certamente devido à sua ambição, querer e vontade de vencer na vida. Mostrou a si mesmo que é competente, que consegue levar os seus objetivos para a frente, e isso é fantástico.
Tem coisas na sua vida que dependeram de si, da sua capacidade de perspetivas objetivos.
Relativamente aos seus familiares: Os comportamentos deles (menos assertivos para consigo) a eles dizem respeito. Você não pode controlar os comportamentos dos outros. Por muito que isso possa ser triste para si, é importante que consiga separar as coisas, e não avalie a sua qualidade de vida apenas pelos aspetos negativos. Olhe para as coisas boas que tem, e tente equilibrar-se.
Tente construir a sua vida por si e para si, e não propriamente para os outros ou pelos outros.
Força e coragem
Abraço
Miguel Lucas,
Estes antidepressivos IRSR ajudam realmente. Eu me sentir mal durantes alguns meses, não conseguia dormir direito, teve dois dias que acordei paraceia um pesadelo, não conseguia me concentrar em nada, desde ver um simples filme até ler algo.
Neste meio tempo, pedir minha pessonalidade 3 vezes, a primeira vezes foi estranho demais. Acho que devo ter perdido o juízo. Eu estava numa pertubação mental, que parecia que minha mente estava contra min! Sério, minha mente contra min!
Oi Miguel, estou passando por uma fase angustiante. Seu site tem me ajudado muito. Gostaria de saber se você conhece os florais de Bach e o que pensa a respeito.
Obrigada.
Olá Lala, obrigado pelo comentário.
Agradeço as suas palavras e fico contente por poder ajudar.
Eu não conheço os florais de Bach
Abraço
Eae miguel,seus artigos são muito bons e tem me ajudado muito na luta contra a depressão,ainda bem que ainda existe gente assim no mundo,como você.
Tomo antidepressivos há 6 meses, e tenho sentido muita insonia,falta de apetite,perda do tesão ,diarreia e etc.Sinceramente, a psiquiatria é a ovelha negra da medicina
Olá Tyago, obrigado pelo comentário
Fico esperançado que os artigos possam ajudar a percorrer o caminho para a melhoria.
Abraço
Olá
Lido com o F33 na linguagem da psiquiatria, transtorno depressivo recorrente, e faço psicanalise, uso de antidepressivos e consultas a psicologas de 15 em 15 dias praticamente, e isso tem me ajudado a descobrir os prós e contras do tratamento medicamentoso e do psicoterapico , eu entreguei os pontos e aceitei a doença, porém com o propósito de servir praticamente de cobaia para mim mesmo e minha compreensão e teses sobre e ela, porque ninguem melhor para identificar a solução que aquele que esta passando pelo problema. Existem psiquiatras receitanto tudo quanto é tipo de medicamentos a seus pacientes, porém nunca sentiram um sintoma de depressão, eu não acho isso muito coerente. vou dar meu veredito sobre minha experiencia passada e atual.
Particularmente, sou contrario ao uso de antidepressivos. Explico: tenho 21 anos e faço uso de medicamentos antidepressivos a 10 anos, passei já por muitos, comecei com o famoso fluoxetina aos nove anos de idade, o mais comum entre os antidepressivos. a sensação de bem estar é inegavel, por um momento voce chega a pensar que a felicidade que esta sentindo não tem nada haver com o efeito do medicamento, engana-se quem pensa!
Hoje faço uso de Pristiq 100mg a noite e Espram 20mg pela manhã, sinto-me calmo, com disposição, porem agressivo com uma pitada de agitação. Digo que é o remédio brigando com meus neurotransmissores tentando INDUZIR a uma felicidade que não poderia estar sentido no momento, causando os efeitos colaterais de agressividade que não é uma marca minha e até mesmo influenciando no sistema digestivo de forma negativa, isso pra mim não é vantagem.
Depois de anos refém da medicina, tenho sentido-me manipulado dessa indústria, chegando a conclusão que é possível tratar a depressão de forma mais alternativa e menos invasiva, recorrer a pratica de atividades físicas, assistir a palestras motivacionais, yoga, leituras sobre a doença e o que a causa, quais seus sintomas e de alguma forma lutar contra ela relutando ao medicamento, até mesmo consulta a psicologos diariamente, semanalmente, mensalmente dependendo da gravidade da sua depressão.
Aqui fala um amigo que ja luta a 10 anos com isso, de maneira alguma quero fazer alguém se desfazer de seus remédios, até porque eu também estou tomando, mas estou dizendo que há esperança em não mais precisar fazer uso dessas drogas, que nos fazem depender e faz a industria farmaceutica enriquecer.
Estou aos poucos tentando me livrar disso, e assim que eu conseguir o controle sobre o que a minha mente produz através dos recursos que mencionei acima, e tenho absoluta certeza que é possível, volto aqui e dou o veredito final. sejamos otimistas! Essa é a doença do século, não podemos nos deixar abater. Até mais.
Faço uso do Pristiq há 1 mês e ainda não tive melhora. Antez usava o Lexapro, porem depois de 2 anos parou de fazer efeito. Ficar sem medicamente para mim seria meu sonho, mas como já tentei e não consegui, resolvi permanecer.
Sou empresário e tenho uma vida corrida. Mas confesso que o desânimo e angústias constantes detonam minha vida pessoal e profissional. O maior problema é a falta de apoio da família. Mas, fazer o que né. …pelo menos existem os medicamentos para ajudar. ..
Boa tarde,
Li o artigo com bastante atenção, mas não me vejo conseguindo reverter os rumos de minha vida sem a ajuda de alguma droga- antidepressivo. Sou bastante ativo, leciono, pratico esportes, corrida, pedalo, cuido de meus dois filhos, mas cada vez mais isso é mais difícil. Cada vez mais é só um
Peso, em nada mais sinto prazer, alegria. Quero apenas ficar deitado, minha concentração de foi, meu risos também. Nada me alegra, me satisfaz. O pensamento de morte virou companheiro dia e noite. Não sei até quando vou ou quero aguentar mais.