Inevitavelmente o trabalho é uma questão central na vida de todos nós. O trabalho influencia fortemente todas as outras áreas de vida. Existe uma bidirecionalidade de influências e motivações entre a vida e o trabalho. Cada vez que a motivação é afetada negativamente na nossa vida em geral, consequentemente o nosso trabalho sofre uma quebra. Ou ao invés, quando a nossa motivação no trabalho sofre um abalo, quando perdemos perspectivas de progressão e a satisfação diminui, também a motivação na nossa vida tem tendência a diminuir.
A motivação comprova-se como um grande potenciador da nossa qualidade de vida. Ou ao invés, a desmotivação tonar-se um tormento na nossa vida. Então, posso afirmar categoricamente que aprendermos estratégias para manter os nossos níveis de motivação adequados é promotor e potenciador de satisfação no trabalho e na vida em geral.
Este artigo surge na sequência da criação de um vídeo elaborado na EscolasTV, um projeto que pertence à Escola Plus, uma Rede Educacional de Blogs, constituída por: Escola Psicologia, Escola Dinheiro, Escola Freelancer, Escola Criatividade, Escola WordPress e Escola Apostas ). O vídeo tem por título: EscolasTV Episódio 6 – Como Manter a Motivação no Trabalho.
EscolasTV Episodio 6 (Como Manter a Motivação no Trabalho) da EscolasTV
VISÃO COMO PROMOTORA DA MOTIVAÇÃO
Imaginarmos algo que gostamos, ou que vislumbramos vir a fazer sentir-nos bem faz disparar a dopamina (uma hormona do bem-estar). A dopamina gera expetativas, faz-nos criar uma forte ligação entre a visão de sucesso de algo e a boa sensação que o nosso corpo regista nesse exato momento, e isto promove a criatividade. Nesse estado, podemos dizer que nos sentimos motivados para fazer coisas que façam acontecer aquilo que imaginamos e queremos alcançar. A visão de sucesso ou das tarefas que temos de realizar para obter o que tanto desejamos, funciona como um combustível que irá orientar a nossa energia na direção do objetivo traçado.
Está assim imaginado e consequentemente criado na nossa mente o motivo para a ação. São as ações a que nos propomos, alimentadas pela energia criada pela visão e associada ao bem-estar provocado pela dopamina libertada na nossa corrente sanguínea que nos sentimos confiantes, alegres e animados para realizar o que é necessário para atingirmos os objetivos a que nos propomos.
Dica: Para potenciar a motivação, crie uma visão.
MOTIVAÇÃO E ENVOLVIMENTO
A capacidade que cada um de nós tem, ou não tem para nos envolvermos ativamente com o nosso trabalho, tarefa ou objetivos de vida condiciona em larga escala a qualidade dos mesmos. Quando me refiro ao envolvimento ativo, falo concretamente de nos colocarmos nas coisas, de interagirmos com elas, de prespetivarmos um bom retorno, uma ótima satisfação e alegria no resultado. Como promotor do envolvimento, temos de ter uma crença que possuímos algo para oferecer ao que temos em mãos, que conseguimos oferecer algo de nós no sentido de melhoramos a qualidade do nosso trabalho, tarefa ou objetivo. Quando temos a crença de que temos o poder de contribuir positivamente para o resultado das coisas que fazemos, ficamos envolvidos ativamente. Ficamos motivados para influenciar de forma positiva aquilo que fazemos, colocando um conjunto de estratégias para o sucesso em ação. E, certamente iremos sentir o retorno disso na forma de motivação.
A saber: O envolvimento funciona como uma força que nos empurra a dar algo a alguma coisa, promovendo desta maneira o retorno positivo, usualmente na forma de sucesso, satisfação e orgulho.
MOTIVAÇÃO E SENTIMENTO
O fim último de qualquer ação é vivenciar um determinado sentimento. Então, o cerne da motivação é conseguirmos diariamente colocarmo-nos num estado emocional propício ao impulso para a ação. Emoções e sentimentos jogam um papel preponderante no potenciamento das nossa ações. A capacidade que cada um de nós tem para associarmos emoções às nossas tarefas e objetivos de vida é um tremendo diferenciador de resultados. Promovemos o êxito, tanto mais quanto nos envolvermos com a ação (como descrevi no ponto anterior) de forma a anteciparmos o que queremos vir a sentir ao atingir os resultados pretendidos.
Dica: As emoções construtivas que conseguimos gerar no dia-a-dia, facilitam o nosso desempenho e consequentemente promovem o sucesso.
MOTIVAÇÃO E DINHEIRO
Trabalhamos para gerar riqueza. A humanidade está fundamentada num sistema económico em que o dinheiro é o instrumento de troca de serviços e bens. Neste sentido em grande parte das coisas da nossa vida e em especial no trabalho o dinheiro é um grande motivador para a ação. Ganhar dinheiro é um dos reforços mais eficazes da humanidade, apenas porque estamos organizados desta forma. Portanto, a grande maioria de nós trabalha para um retorno em dinheiro, e trabalhamos mais afincadamente quando perspectivamos um retorno maior. E, não tem mal nenhum nisso, pelo contrário.
Devemos ser valorizados pelo nosso trabalho. No entanto, o que queremos na verdade não é ter dinheiro, mas sim o que esse dinheiro representa em coisas que podemos fazer ou obter. E na verdade, também não são as coisas em si mesmo que queremos ter, mas sim aquilo que elas nos permitem sentir e viver. O dinheiro é um ótimo reforço positivo, funcionando como um ótimo gatilho motivacional que estabelece uma ponte que dá acesso à experiência emocional.
A saber: O dinheiro é um veículo motivacional, mas não é o veículo.
MOTIVAÇÃO Vs DESMOTIVAÇÃO
A perda, o fracasso, a falta de envolvimento, o retorno financeiro baixo, e um sentimento de mal-estar relacionando com o nosso trabalho, são alguns dos motivos que podem conduzir-nos à desmotivação. A motivação é algo subjetivo, é inerente à pessoa, é individual e específica. No entanto independentemente da subjetividade da motivação, algo é comum a todos nós. A motivação é fluída, inconstante e sofre abalos na relação com a vida. Por esta razão, todos nós já vivenciámos períodos de elevada motivação, ou ao invés, de uma elevada desmotivação. Ainda assim a vida não parou, continuámos a ter que realizar as nossas tarefas do dia-a-dia, incluindo o nosso trabalho.
Certamente nos períodos de ausência de motivação, vimos o nosso desempenho diminuir, o rendimento é afetado negativamente e com isso disparam os sentimentos negativos que nos fazem sentir mal. Eventualmente podemos ter de lidar com a depressão momentânea, o que obrigada a um esforço acrescido para voltar a repor os níveis motivacionais aceitáveis.
Mas é possível quebrar as barreiras para o sucesso. Quando nos sentimos desmotivados é importante que consigamos orientar a nossa atenção nos objetivos. É importante tornar nítida a nossa visão. Temos de fazer um esforço para orientar as ações pelos nossos objetivos, pela consciência que temos de que mesmo sentindo-nos em baixo é necessário continuar a fazer coisas.
Ao continuarmos a movimentar-nos para a nossa meta, certamente iremos promover a nossa motivação. A motivação está fortemente relacionada com as coisas que fazemos. E, ao fazermos coisas, aumentamos a probabilidade de fazer algo que nos faça sentir bem, nesse momento promovemos a motivação.
A Saber: Na verdade a desmotivação não existe. O que existe é ausência de motivação. Tal como não existe a escuridão, o que existe é ausência de luz. A ausência de motivação instala-se quando o objetivo não mexe suficientemente connosco.
MOTIVAÇÃO E AUTOCONHECIMENTO
A psicologia positiva tem vindo a estudar o ótimo funcionamento humano, a importância dos valores e virtudes que cada um de nós comporta e as emoções positivas em que nos focamos como promotoras de bem-estar. Ao longo da vida todos nós vamos conhecendo os diferentes estados de animo e estados emocionais em que melhor conseguimos ter um bom desempenho. Quanto maior e mais consciente for este tipo de conhecimento, quanto melhor nos conhecermos a nós mesmo e o que temos que fazer e acionar em nós no sentido de sentirmos mais energia e motivação, maior será a probabilidade de nos sairmos bem naquilo que pretendemos, ultrapassando os problemas pessoais.
Quando sabemos que botões temos de carregar em nós mesmos para nos colocarmos no melhor estado de recursos perante um desafio, dificuldade ou exigência, melhor sucedidos seremos. Possuir autoconhecimento das nossas forças e fraquezas permite-nos evitar alguns equívocos na análise da nossa motivação. Permite perceber que por vezes, quando sentimos dificuldades e algum desinteresse em algumas tarefas ou desempenhos no nosso trabalho ou vida em geral, pode ter mais a ver com sermos fracos numa determinada área do que propriamente não termos motivação. E, aquilo em que somos mais fracos pode sempre ser melhorado.
MOTIVAÇÃO E REALIDADE CRIADA
Nós criamos a nossa própria realidade. A realidade de vida de cada um de nós é subjetiva, estabelece relações com a nossa forma de pensar, com as nossas crenças e forma de olhar o mundo. A realidade criada, tal como na criação da sua visão, é algo que tem o seu início de forma imaginada. É no entanto suportada pelos nossos pensamentos, atitudes e comportamentos que expressamos nos nossos objetivos de vida e de trabalho. Se criarmos uma realidade com muitas limitações, baseada numa mentalidade pessimista ou numa atitude de vítima e miserabilista, as nossas ações irão expressar exatamente esse estado de espírito incapacitante.
Para potenciar a motivação importa então criarmos uma realidade vantajosa, que nos transmita energia, esperança, otimismo, alegria, e acima de tudo confiança em como iremos ser capazes de realizar aquilo que pretendemos, e ou minimizar os problemas que enfrentamos. Com uma noção de esperança e capacidade em mente, os níveis motivacionais sobem drasticamente, facilitando a nossa vida.
Citação: “Se podemos sonhar, também podemos tornar nossos sonhos realidade.” – Walt Disney
O PODER DA REVISÃO DE OBJETIVOS
Falhas, recuos, erros, fracassos, tudo isto faz parte da vida. Ao traçarmos objetivos e planejarmos determinados resultados na nossa vida e trabalho, em alguns seremos bem sucedidos e noutros iremos saborear o insucesso. Mas, o insucesso pode ser pontual, é apenas um momento da nossa vida em que os resultados não foram satisfatórios. Se soubermos estar atentos e analisarmos o conjunto de ações que nos levou a um resultado indesejado, podemos retirar informação útil para fazermos melhor numa próxima vez.
A revisão de objetivos é um processo poderoso, não só para minimizar as falhas, erros e recuos quando elas se perspetivam, mas igualmente para traçar novos objetivos mais adequados à realidade que se nos apresenta.
Dica: Ao revermos os objetivos e adequarmos a estratégia, a nossa motivação é revigorada.
MOTIVAÇÃO E EXPECTATIVAS
As expectativas que vamos criando para nós direcionam a nossa motivação. É importante termos expectativas positivas acerca dos nossos objetivos de vida e de trabalho. Num estado abatido, com baixas expectativas, por certo a motivação sofre um abalo negativo. Começam a emergir sintomas da negatividade. A ansiedade instala-se, a desmotivação e o pessimismo ganham vantagem e as expectativas entram num ciclo catastrófico.
É consensual que as expectativas que traçamos para nós devem ser edificadas sobre uma forte dose de positivismo. Instale o pensamento positivo e as atitudes positivas na sua vida, as expectativas vão ser uma consequência da sua mentalidade. Ao deparar-se com dificuldades, alinhe as expectativas com as suas capacidades. Se ganhar uma percepção de capacidade entre as suas expectativas e autoconfiança para atingir as suas metas, a felicidade emerge no seu horizonte.
Citação: “A infelicidade tem a sua melhor definição na diferença entre as nossas capacidades e as nossas expectativas.” – Edward Bono
MOTIVAÇÃO, FALHAS E RISCOS
Através da descrição nos pontos anteriores, podemos perceber que a motivação está dependente e relaciona-se com vários domínios da nossa vida. É na verdade um construto que toca em muitas das nossas ações, atitudes e comportamentos. Também constatámos que as falhas, fracassos e riscos andam de mãos dadas com os objetivos a que nos vamos propondo. Mas, existe um ponto sobre o qual gostaria da sua especial atenção:
A reter: A motivação é uma decisão, depende de si mesmo.
Esta ideia acerca da motivação, permite que você possa decidir que posição quer tomar sempre que o fracasso ou a falha apareça para minar o seu trabalho ou objetivos de vida. Aquilo a que você se propõe fazer é que vai determinar a inutilidade, ou não, do fracasso ou falha. A forma como olha para os percalços da vida, irá fazer deles catastróficos, ou ao invés uma possibilidade de aprender como os erros.
A Reter: Não existem fracassos. O que existe são resultados não satisfatórios.
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Motivação é um fenômeno comportamental de enorme interesse e reflexão na vida de tantos executivos que precisam liderar equipes. Tudo o que sabemos é que motivar tem sido sinônimo de enormes frustrações entre os gestores.
Do ponto de vista das Ciências Psicológicas mais consagradas, encontramos uma definição mais coerente e substancial quando o comportamento motivacional é encarado como independente, isto é, autogovernado, persistente e sempre dirigido a objetivo específico. O problema é que muitos autores com formação em Administração de Empresas, passaram a encarar a ação motivacional como qualquer conduta trivial, meramente acionada pela força de estímulos do meio. Essa situação é suficiente para que se possa compreender porque a ação motivada tem sido alvo de constantes frustrações para a maioria dos executivos. E, portanto, na literatura desse tema, não é difícil entender porque tivemos um agravamento geral sobre questões relativas ao conceito da motivação. E aqui eu pergunto: Como o comportamento motivado pode ser equiparado a pura emissão de condutas simplesmente reativas se é do conhecimento de todos que, quando as pessoas se encontram motivadas para alguma atividade os resultados são bem mais favoráveis ao aumento, por exemplo, da produtividade?
Por outro lado, acredito que nos últimos tempos, a Psicologia não tenha investido mais seriamente em pesquisas sobre motivação. Assim, estudiosos do assunto passaram a dar explicações bastante frágeis, recorrendo a "estados internos "confusos/inconsistentes" e de teor altamente subjetivo. É inegável a inconsistência de muitos artigos e trabalhos.
Enquanto o comportamento da equipe depender das influências dos estímulos do meio (campanhas de incentivo, planos de carreira e remuneração, etc.) é claro, não estamos lidando com ações motivadas, mas Reforçadas ou Condicionadas. Essa diferenciação é muito importante. Não é difícil compreender esta questão porque o comportamento motivado comporta fortes sinais de autonomia, suficiência e tenacidade, pois é também bastante resistente quanto aos obstáculos que possam surgir no meio ambiente. E não é a toa que executivos tanto valorizem esse fenômeno comportamental. Isso porque a característica de um colaborador motivado volta-se para maior comprometimento, atenção, dedicação, energia, interesse, investimento e, consequentemente, maior rendimento. O indivíduo motivado não precisa estar sendo estimulado ou dirigido para se engajar com afinco e determinação nas atividades recompensadas.
Já, as iniciativas de enriquecimento ambiental, incentivos, reconhecimentos e gratificações, acontecem para condicionar, avivar o empenho, o compromisso, a energia e etc. É claro que há uma diferença substancial na performance de colaboradores motivados e aqueles apenas condicionados – esse é o motivo porque tantos gestores supervalorizam a motivação.
Eu pergunto: para que servem as campanhas de incentivo e tantas condições ambientais favoráveis como, planos de carreira e remuneração? Logicamente visam ativar, energizar e fortalecer os melhores desempenhos, e, consequentemente, aumentar a produtividade. Mas há uma característica típica desses esquemas: as condutas condicionadas se esvanecem gradualmente com a passagem do tempo e, após essas campanhas, a energia, a dedicação e o esforço se findam. Esta é a realidade que constatamos nos estudos sobre as Leis do Comportamento Humano!
Os desempenhos quando condicionados aumentam os resultados, mas nada substitui o empenho, a persistência, o interesse e o senso de autonomia dos colaboradores realmente motivados. Que fique claro: pessoas quando motivadas podem até aumentar significativamente a frequência de suas atuações e esforço mesmo sob constantes pressões e obstáculos. E mais, as condutas motivadas são em geral resistentes à passagem do tempo e não acabam quando do término de campanhas de incentivos. Via de regra, as atuações motivadas se pronunciam quando encontram no meio ambiente o objeto de suas motivações. Imagine o comportamento e as reações de um decorador motivado numa feira internacional de decoração e objetos para o interior!!!
Aqui está o motivo pelo qual o mercado em geral supervaloriza ações verdadeiramente motivadas. Isto porque elas guardam enormes diferenças dos desempenhos meramente condicionados, isto é, reativos.
Profissionais motivados tendem a produzir bem mais. A princípio, a dedicação, o foco, a concentração, a satisfação e o prazer tendem a ser maiores ainda, isso porque não reagem por impulso ou simplesmente pela força das condições externas. As ações motivadas não são meramente reativas e instantâneas, como pensam muitos autores.
Em primeiro lugar, vamos definir o termo Motivação: uma conduta autogovernada, persistente e sempre dirigida para um objetivo específico. Portanto, as ações motivadas são muito diferentes daquelas condicionadas, que se surgem pela força dos estímulos e reforços do meio ambiente.
Na Motivação acontece o contrário. O colaborador apresenta uma conduta praticamente independente das Campanhas de Incentivo ou qualquer condição incentivadora. Ele realiza seu serviço com afinco, determinação, foco e tenacidade porque se encontra motivado.
Um aparte: se você pretende atingir resultados mais rápidos, é claro, estabeleça um sistema de incentivos para impulsionar as atuações. Sem sombra de dúvida, é ótimo recurso para acionar e até intensificar as execuções humanas. De modo geral, durante os “Esquemas de Reforçamento” vivenciamos mais iniciativas, mais esforços e atenção nas atividades cotidianas. Mas, como já indiquei, esteja preparado para observar queda no empenho do pessoal após esses Sistemas, isto porque você não está lidando com ações motivadas, mas gratificadas ou fortalecidas. Esta é a trajetória normal e esperada quando as atuações estão sendo avivadas. Prepare-se para lidar com isso. A psicologia chama este fenômeno de Condicionamento (ou Movimento!), um recurso de “reforçamentos e fortalecimentos” que acabam por energizar/ativar eficazmente os desempenhos, quando bem administrados.
Algumas dicas:
-Motivação não pode ser confundida com estados de satisfação – um pensamento que me parece bastante ingênuo!
-Motivação não se refere a estados de alegria, entusiasmo ou força de vontade.
-Definitivamente, Motivação não é simplesmente pura emissão de comportamento ou qualquer impulso para ação.
-Motivação não pode ser confundida com o fenômeno do Condicionamento, digo, Sistemas de Recompensas ou Movimento.
-Motivação não é um fenômeno típico de ambientes Organizacionais, mas uma particularidade, um estado psicológico do Homem.
-As necessidades biológicas, aquelas vitais, levam incondicionalmente a ações motivadas, tais como fome, sede, sono e etc. – o que já não acontece com os motivos sociais (veja abaixo!).
-Afirmo que a Motivação não pode ser concebida como um estado comportamental mágico totalmente positivo que tudo resolve e a serviço do bem-comum. Posturas contrárias à cultura e procedimentos de uma Organização, escondem claramente ações motivadas.
Os estudos que buscam identificar os “verdadeiros fatores motivacionais” constituem grande equívoco – pura ilusão. A motivação é um fenômeno mais complexo e mais raro do que podemos imaginar!
Não há relação direta entre Valores e Motivação. Pudera se os nossos mais preciosos valores desencadeassem condutas motivadas! – tudo seria muito simples. Em nossa sociedade de consumo, sucesso, dinheiro, fama, etc. são considerados fortíssimos valores sociais. Podemos até assegurar que grande parte da população prima e se orienta por esses valores, mas o interessante é que nem todos adquirem motivação nessas áreas. Pense nisso: Quantos indivíduos que, por motivos sérios de saúde são conscientes da necessidade de se empreender um regime alimentar, mas não conseguem adquirir motivação para esse intento, isto é, não conseguem dar sequência ao tratamento, necessitando do apoio de terceiros, de condições ambientais favoráveis, força, orientações e estímulos para manter o “sofrido” regime.
Motivação é um fenômeno essencialmente comportamental. Portanto, desejo, vontade e até sonho não retratam estados motivacionais – no máximo diríamos, apenas predisposições!
Outra forte questão gira em torno do mito de que qualquer ação motivada é sempre aquela almejada, construtiva, produtiva, favorável mesmo. Ora, de acordo com as Teorias Psicológicas, a conduta motivada caracteriza-se por ser bastante independente dos eventos do meio, persistente e sempre voltada para finalidades bem específicas. Assim, como não admitir que assassinos em série possam não apresentar motivação? Não estariam fortemente motivados? Claro que sim – pense nisso!
A Motivação não pode ser encarada como um estado que se generaliza por todos os aspectos do comportamento humano. Isto quer dizer que não é possível a pergunta: "Afinal, ele está ou não motivado?". Considero como grande equívoco essa posição. A Motivação é sempre uma ação que se inscreve para alvos bem determinados. Exemplo: você pode apresentar motivação para realizar algumas atividades da sua função e não para outras da sua colocação; você pode estar motivado para o consumo de bens materiais e não para trabalhar todos os dias. Você pode apresentar motivação para os estudos, mas não estar motivado para entabular relacionamentos harmoniosos com o pessoal da sua classe; Você até pode estar motivado para viajar, mas não para frequentar e estudar as aulas de matemática, e assim por diante. A Motivação é prescrita essencialmente sobre certos temas, coisas ou objetos específicos. Nesse sentido digo que ela é “departamentalizada”.
Outro ponto: o comportamento humano não é caracterizado apenas por dois estados distintos: estar motivado ou desmotivado; satisfeito ou desanimado; triste ou feliz – pura ciclotimia. É inimaginável pensar que funcionamos dessa forma. Pense e concordará comigo.
E o que falar do termo Automotivação? Pura tautologia, não é mesmo? É claro que não é possível encontrar a Motivação fora do contexto comportamental do Homem.
O mercado repete insistentemente o seguinte pensamento: "Ninguém motiva ninguém, mas os líderes precisam fornecer condições para que as pessoas possam despertar sua motivação". Eu pergunto: isso faz sentido? É lógico? Dá para compreender?
Os estímulos do meio ambiente são incontáveis e, de uma forma ou de outra, estamos sempre respondendo a eles e sofrendo transformações. A Socialização e o Condicionamento é um fato. E mais, pessoas motivadas são também fortemente influenciadas por eventos corriqueiros, principalmente quando o objeto de sua motivação é encontrado no meio ambiente. Imagine um colecionador numa conceituada feira de discos, onde ele pode encontrar facilmente uma variedade imensa de produtos que são, em essência, o objeto de sua motivação.
É claro, líderes necessitam estimular e reforçar constantemente as atuações da turma e orientá-los para as execuções. Mas essa Estimulação ou Condicionamento representa apenas o primeiro passo – o que já denota empreitada muito difícil para a maioria dos gestores. E, quando bem administrados, aumentam substancialmente os resultados. Mas, o que acontece é que nem mesmo grande parte desses gestores conseguem empreender essas campanhas incentivadoras com a qualidade e tenacidade necessárias. Quer saber o motivo? Porque grande parte desses executivos não se encontram motivados para gerir essa empreitada. Eles também necessitam de estímulos tanto quanto sua equipe. Conclusão: a imensa maioria dos líderes dependem também desses condicionantes/”energizantes” para levar adiante suas campanhas porque não se encontram motivados para implantar seguidamente esse dinamismo no ambiente. E aqui afirmo: a Motivação é menos comum do que se possa imaginar. Repito, Condicionamento ou Movimento é um fenômeno do comportamento humano muito diferente da Motivação. No Condicionamento as ações são impulsionadas e mantidas pela presença dos estímulos do meio ambiente, enquanto na Motivação os comportamentos são, de certa forma, bastante independentes dos eventos externos. Indivíduos motivados são tenazes em seus intentos e conseguem superar até grandes barreiras e adversidades. E repito, não é de admirar que superestimamos esse estado comportamental!
Interessante mencionar que, se o Condicionamento é uma forma de incentivo do comportamento humano, esse fenômeno não pode guardar semelhança alguma com o que é entendido como "Motivação Extrínseca". Como é possível o uso do termo “Motivação” Extrínseca para o que não é considerado como a “verdadeira” Motivação? A simplicidade deste raciocínio nos mostra que basta apenas uma distinção de direção, de vetores (interno ou externo) na determinação ou não da Motivação – garanto que o conceito da Motivação precisa ser revisto sob outra ótica teórica que, em minha opinião já se mostrou bastante insustentável.
Palestras ou qualquer outro tipo de evento, quase sempre estimulam e energizam a ação da maioria dos ouvintes. É fato que essa nova energia ativa e impulsiona as condutas, aumentando o empenho e as realizações, mas diga-se, por tempo determinado – e isso é normal e esperado. São comportamentos que surgem em função da novidade que foi inscrita no ambiente. Mas, com a passagem do tempo a força de influência do conteúdo dessas palestras vai sendo enfraquecida e, consequentemente, os esforços e atividades vão decrescendo. A isto chamamos de Processo de Adaptação. Afirmo que poucos autores compreendem esse outro fenômeno importantíssimo!
É relevante ressaltar que esse mecanismo de esvanecimento da conduta não acontece nas ações motivadas que são bem mais resistentes à passagem do tempo e etc. Com relação a este aspecto, vamos presenciar outras implicações.
Muitos dos executivos não conhecem esse processo (Adaptação) e esse é um dos motivos pelos quais experimentam enormes frustrações ao enviar a equipe para esses eventos.
Outro ponto: ter simplesmente motivos, mesmo que fortes, em nada garante comportamento motivado. Se esse pensamento procedesse não teríamos maiores problemas em motivar, não é mesmo?
Obrigada,
Angela Paes!
Angela, incrível imaginar que depois de um artigo bem elaborado como este do Miguel com intuitivo de informar e auxiliar tanta gente, você venha deixar linhas e linhas e linhas de contra argumentos para mencionar o que ao seu ver é correto. Estranha mania do ser humano de querer ser melhor do que o outro e criticar a tudo sempre…
Muito bom seu artigo!
Eu tenho um trabalho que eu não gosto de fazer e todo dia eu penso em um jeito de ser demitido, mas por um lado eu tenho quer ficar nesse trabalho para pagar minhas contas e minhas responsabilidade na vida.
Mas graças a seu artigo eu vou mudar meu modo de pensar e vou criar motivos para gostar ainda mais do meu artigo.
Artigo Fantástico!
Li por duas vezes devido a falta de motivação no trabalho e devido a sua contribuição com a sociedade consegui obter estimulo e consequentemente motivação para trabalhar visando objetivos.
Parabéns Miguel.
Motivação é algo subjetivo. E o mais importante de tudo é buscarmos M-O-T-I-V-A-Ç-Ã-O em mensagens, palestras, livros que venham contribuir para auto-ajuda e desempenho pessoal e profissional. Muito boa as dicas mencionadas é um exercício diário.
Olá Miguel!
É muito difícil encontrarmos conteúdos sérios e objetivos sobre a motivação pessoal.
Já vi muitos textos sensacionalistas e até mesmo carregados de misticismos bobos e sem sentido.
Seu artigo é excelente e mostra de forma bastante clara como qualquer pessoa pode assumir a responsabilidade por sua própria motivação.
Muitíssimo obrigado.
Um grande abraço,
– Tiago Simões
estimei, Angela, voce me ajudou bastante.
Eu queria saber o ano da publicação deste artigo ??
Gostei bastante. Bem organizado e conciso.
E nosso dia a dia a motivação creio eu que venha mais rápido, quando traçamos metas, agora no trabalho….. se a empresa e o patrão passa uma visão alem para seu colaborador e a valorização com do seu trabalho. a motivação não escapa, claro que a diversos fatores, mais de primeiro é focar em objetivos, no meu blog http://www.blogconhecimentoevirtual.com.br passo para os meus leitores sempre estarei motivados a busca o sucesso…