Quando uma pessoa se sente mal consigo mesmo, o mais comum é estabelecer novos hábitos de vida mais saudáveis para superar esses sentimentos negativos. Por exemplo, começar a ir ao ginásio com mais frequência, tentar comer alimentos mais saudáveis, comprometer-se em sair mais com os amigos. Todas estas iniciativas servem para a melhoria, exceto, quando as pessoas acionam a autocrítica severa quando uma ou mais dessas abordagens não surtem efeito. As intervenções comportamentais falham quando as pessoas se forçam a rotinas e hábitos que realmente não querem fazer.
Por que isso acontece? Porque quando as pessoas não sentem uma vontade genuína, voltam-se contra si próprio, mesmo quando essa rebelião é autodestrutiva. Esse processo contra-intuitivo é uma maneira de gerenciar o estresse de fazer algo que não querem fazer, permitindo ficarem conectados com eles próprios e sentir uma sensação de controle.
Antes de iniciar uma nova rotina de exercícios ou dieta ou simplesmente trabalhar horas extras para aumentar a autoestima, comece primeiro por desenvolver um novo relacionamento consigo mesmo. Quando você se apoia e suporta, através de autoverbalizações positivas, investe emocionalmente nas novas rotinas e hábitos que está estabelecendo para que se tornem mais fáceis de executar e manter ao longo do tempo.
Apresento 4 maneiras de falar para si mesmo que aumentam a autoestima:
1. Ative o elogiador interno
Todos nós temos uma voz interna que observa e comenta sobre o mundo e como decorre a nossa vida. Para muitos, a voz tornou-se um chicote, um castigador, que vai dizendo à pessoa como ela está ficando para trás e ficando aquém dos seus objetivos. Por exemplo, “Você realmente fez asneira, todos viram o quão estúpido você pareceu” ou “Você fica tão gordo em seu maiô” ou “Você não tem nada de interessante para dizer, ninguém quer falar com você” ou “Ele / ela nunca se interessará por você.”
Nesse momento, faça uma pausa e identifique o que seu observador interno está falando sobre si mesmo. Cada vez que você percebe uma crítica, ligue o elogiador. O elogiador deve encontrar uma coisa positiva para dizer sobre si mesmo. Mesmo que seja algo que não dê muito significado. O elogiador tira o impacto da crítica negativa e, eventualmente, é o suficiente para parar a escalada de negatividade.
2. Ative um motivador interno
Albert Bandura, o renomado psicólogo, caracterizou a crença de uma pessoa na sua capacidade de ter sucesso em uma tarefa ou situação como autoeficácia. A autoeficácia está intimamente ligada à forma como as pessoas são perseverantes. Afinal, se você não acredita que realmente pode gerenciar uma tarefa ou um relacionamento ou melhorar-se, então, para quê tentar?
Se você quer ter sucesso em sentir-se melhor sobre si mesmo, ative um diálogo interno que lhe diga que consegue fazer a tarefa, gerenciar a situação ou ganhar no esporte. Cada vez que você percebe que o seu diálogo interno está afundando em desespero, diga a si mesmo: “Ei, eu consigo isso” ou “Posso lidar com isso” ou “Posso sentir-se melhor comigo” ou “Eu acredito em mim” ou “Posso fazer coisas melhores para mim.”
Sem um motivador interno você ficará preso na primeira marcha. Esta estratégia garante que você obtenha sempre o que deseja? Claro que não, mas melhora o seu estado de espírito e as chances de ser bem-sucedido.
3. Liberte-se das distorções cognitivas
Se você está lutando contra a baixa autoestima, as distorções cognitivas provavelmente estão se desenrolando repetidamente no seu diálogo interno. As distorções cognitivas formam-se quando os pensamentos estão literalmente deturpando os fatos sobre o que realmente ocorreu.
A distorção, mais do que a situação, é o que traz aumento de dor emocional e transtorno.
Algumas distorções comuns incluem o pensamento a preto e branco: você diz a si mesmo que tudo é ruim por causa de uma situação ou interação e não leva em conta as nuances e subtilezas atenuantes?
Outra distorção a ter cuidado é o raciocínio emocional, que acontece quando você toma os seus sentimentos como um fato. Por exemplo, você sente-se triste, então deve ser uma pessoa triste. A distorção aqui é que você esqueceu todas as vezes em que se sentiu alegre e bem disposto. Pode saber mais sobre como acabar com esta distorção, lendo: Aprender a gerir as emoções.
O pensamento catastrófico também é contraproducente: você olha para o futuro com uma negatividade radical. Só vê dor ou desesperança e esquece os aspectos positivos na sua vida. Eu apresento mais estratégias para gerenciar distorções cognitivas e como tornar-se mais positivo no meu livro, Como mudar a sua vida para melhor.
4. Desenvolva um tom de voz interno apaziguador
À medida que você aceita uma maneira melhor de falar e de se conectar consigo, é essencial que observe o tom de voz que usa no seu diálogo interno. Adote o tipo de tom de voz que um ente querido usaria se estivessem tranquilizando você. Ou, reflita sobre como falaria com uma criança pequena que necessitasse do seu suporte e ajuda. Esforce-se para falar com calma e compaixão para si próprio, mesmo perante um retrocesso, dificuldade ou fracasso.
Um tom quente e apaziguador, quando tomado uma e outra vez, ajuda as pessoas a aceitarem-se da maneira que são. Todo mundo tem limitações e aceitar-se, com suas limitações e tudo, leva a uma maior autoestima.
Abraço,
Miguel Lucas
Eu adoro os artigos do dotor Miguel Lucas, são valiosos e eficaz quando eu os coloco em prática.
Dotor sou muito tímida, isso me atrapalha de mais em todos os campos da minha vida. Já se tornou um desafio fazer alguma coisa fora da minha zona de conforto. teria um livro seu que possa me ajudar? Um abraço!
Olá Gildete,
Obrigado pelo seu comentário e testemunho. Estamos sempre a tempo de melhorar, por vezes só precisamos de saber o que funciona.
Acredito que o meu livro: Como mudar a sua vida para melhor, possa ajudar. Lá tem muitas estratégias de como aumentar o otimismo, autoestima e acima de tudo perceber como funcionam as nossa emoções e de que forma podemos acreditar mais em nós.
Vou deixar aqui o link: https://www.miguellucas.com.br/como-mudar-a-sua-vida-para-melhor/
Tudo de bom.
Abraço,
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Obrigada por ajudar tantas pessoas doutor. Uma amiga me indicou seu site e fui edificada e consolada por esse seu texto, tanto que acabei de me cadastrar. Deus o abençoe e te dê saúde e ânimo para continuar!
Olá Juli,
Obrigado pelas suas palavras de gratidão. Fico contente em poder ajudar.
Abraço,
Gostei muito dos artigos. São clarificadores, práticos e cientificamente congruentes.
obrigado
Olá Doutor, adorei o site! É um trabalho lindo. Ha 3 anos atrás eu sofri um golpe, de uma pessoa que eu confiava muito, e com isso estou com muitaa dívidas que não são minhas exorbitantes, tenho 24 anos e passei muitos problemas, e meu passado hoje reflete no meu presente, perdi muito confiança, perdi muita coisa, e hoje em dia, o mais difícil pra mim, é ver que a pessoa mal caráter parece ter uma vida sem problemas, enquanto eu pelejo com a minha. Sinto meu psicológico muito abalado, as vezes tenho sindrome do pânico, as pessoas falam que sou forte, pq a minha situação era motivo pra depressão, as vezes me sinto forte, mas as vezes tudo vem a tona, tenho graças a Deus apoio da minha família e do meu namorado, mas as vezes me perco lembrando desse golpe, e penso ” pq” ” pq sou tao boa” ” pq eu estava tão cega” ” dava pra ter evitado” é muito ruim quando esses pensamentos me pertubam, estou baixando seus vídeos, preciso esquecer isso =( obrigada!!! Beijos e sucesso
Obrigada Miguel Lucas por compartilhar essas preciosas reflexões.
Estou perplexa e feliz ao ler artigos maravilhosos, fundamentados, com temas importantes e com o objetivo de ajudar as pessoas! Quero ler mais! Aprender mais! Obrigada ao autor!
Herika, muito obrigado pelo seu feedback. É muito importante para mim saber que estou ajudando através dos meus artigos.
Tudo de bom.
Abraço,
As informações enviadas são objetivas e gratificantes. Grato!!!!!!!!
INFORMAÇÕES ALTAMENTE COMPETENTES E POSITIVAS. GRATO!!