3 passos para ultrapassar as dificuldades pensando positivo
Psicologia Positiva 22/09/2016

3 passos para ultrapassar as dificuldades pensando positivo

Miguel Lucas Publicado por Miguel Lucas

O poder do pensamento positivo. Esta é uma frase muito comum nos dias de hoje. Nós todos concordamos que o pensamento positivo é uma coisa boa. Especialmente quando estamos sentindo os efeitos do pensamento positivo. Quando você está se sentindo bem, é fácil pensar, “eu gosto de mim”. “A minha vida é boa”. “As coisas estão indo muito bem”. Mas o que dizer e fazer quando as coisas começam a piorar? Quando tudo corre mal no seu dia-a-dia, quando deixa de gostar do seu trabalho, quando se aborrece com o seu parceiro, quando fica desempregado. Quando bate como o carro, ou o seu médico lhe diz que os níveis de colesterol estão elevadíssimos e já ultrapassou o peso razoável?

Diferentes pessoas certamente reagirão de formas distintas. Umas irão ficar tristes, desmotivadas, desencorajadas, lastimosas, rancorosas, magoadas, desesperançadas, podendo estes sentimentos tornarem-se incapacitantes ao ponto de serem mais problemáticos que o próprio problema. Outras irão igualmente ficar tristes, preocupadas, lastimosas, rancorosas, magoadas, mas esperançadas em que conseguirão resolver os problemas e tão breve quanto possível, voltarem a sentir-se bem.

O que terá acontecido para que a mesma situação originasse duas respostas diferentes?

Sem dúvida a atitude face ao acontecimento. A percepção que cada um teve relativamente à capacidade de aguentar sensações e sentimentos negativos. A percepção de capacidade de resolução de problemas aliada à capacidade de sentir sentimentos negativos e ainda assim conseguir manter um diálogo positivo no sentido de encontrar a melhor forma de resolver os contratempos da vida.

Então o que é que estas pessoas sabem que as outras desconhecem?

Aqui está o segredo que não é realmente um segredo. É revolucionário, é ciência emocionante ao serviço da excelência. O pensamento positivo altera as redes neuronais do seu cérebro. Não se trata de nada mágico, está relacionado apenas com alterações nas redes neuronais que estabelecem interconexões mais reforçadas, transformando-se em caminhos que perante determinado estímulo, são activadas, criando uma tendência de resposta.

Para que algo no nosso cérebro possa ser alterado, temos de implementar novas formas de pensar, depois graças ao fenómeno apelidado no mundo cientifico como neuroplasticidade, a mudança torna-se possível. Esta mudança reestrutura algumas funções no nosso cérebro. A ideia foi introduzida pela primeira vez por William James em 1890, mas foi sonoramente rejeitada por cientistas que acreditavam que o cérebro era uniforme e rigidamente traçado, com certas partes responsáveis por determinadas funções. Pensava-se que se alguma parte do cérebro fosse afectada, jamais era recuperável. Aparentemente parece que estavam errados.

A Neuroplasticidade desfruta agora de uma aceitação generalizada, os cientistas estão provando que o cérebro é infinitamente adaptável e dinâmico. Ele tem o poder de mudar a sua própria estrutura, mesmo para aqueles com problemas neurológicos considerados graves. Pessoas com problemas como acidentes vasculares cerebrais, paralisia cerebral e doença mental podem treinar outras áreas do seu cérebro por meio de actividades mentais e físicas repetitivas. Isto é sem dúvida uma notícia extraordinária.

Sabe-se que o cérebro não é estático e que pela ação da vontade e do esforço contínuo de querermos mudar algo e acreditar que é possível, traz esperança a todos nós, e assim caminharmos mais confiantes quer para a resolução de problemas graves, como os problemas neurológicos provocados por dano cerebral, quer para uma mudança a favor do nosso equilíbrio emocional.

pensamento positivo

Mas o que é que tudo isto tem a ver com o pensamento positivo, ou o que é que você tem a ganhar com este conhecimento?

Como o cérebro tem a capacidade de criar novas ligações assim como reestruturar as redes neuronais já existentes, se o estimularmos é então possível beneficiarmos da extraordinária capacidade de reforçarmos novas aprendizagens e promovermos o nosso desenvolvimento adaptativo. Contribui para que possamos instituir hábitos a favor do nosso bem-estar.

Apresento algumas actividades que poderá praticar para disciplinar o seu cérebro em situações difíceis ou exigentes:

Medo de falhar ou fracassar

Provavelmente todos nós já tivemos medo de fazer algo novo porque não queríamos falhar. Esta terrível sensação coloca-nos sempre numa situação de dúvida, incerteza e de incapacidade, levando-nos muitas vezes a não fazermos o que desejaríamos ou aquilo que seria melhor para nós. Mas na perspectiva de que o nosso cérebro é capaz de criar novas ligações desde que estimulado para esse objetivo, coloca-se-nos um mundo vasto de possibilidades e oportunidades.

A verdade é que nós podemos e temos capacidade para fazer praticamente tudo se tomarmos a iniciativa, nos colocarmos em ação, pararmos o pensamento negativo e destruidor, e acima de tudo mudar a nossa percepção da verdade sobre as nossas capacidades.

Passos para a ação: Force-se a parar o seu pensamento sempre que pensar em coisas sobre as quais não consegue fazer nada. Sempre que inicie um pensamento que lhe retira capacidade, que à priori seja derrotista, desencorajador ou pejorativo acerca de si próprio, das coisas ou situações, faça paragem de pensamento, diga a si mesmo “Basta”, “Pára”, depois foque-se na ideia de que é capaz de gerar pensamentos capacitadores, dirija o seu pensamento para as suas habilidades, forças e virtudes (seja corajoso, e gere pensamentos positivos), lembre-se pode escolher os pensamentos que melhor lhe sirvam para a solução de um problema. Tem essa capacidade, basta para isso escolhê-los. O slogan da Nike é para aqui muito válido, “Just do it”.

Excesso de pensamentos / preocupação

Alguma vez já deu por si a pensar excessivamente de forma obsessiva sobre um problema, ou num estado de ansiedade e preocupação tal, que pode durar dias ou mesmo semanas? Isto pode tornar-se incapacitante ao ponto de lhe retirar energia, afectar-lhe o sono, o humor e mesmo a esperança na vida. Ao ponto de quanto mais se foca no problema, pior se sente e menos soluções parece encontrar.

Lembre-se que o cérebro reforça as ligações neuronais daquilo que se repete, para o bom e para o mau. Ao entrar num processo exagerado e incapacitador de ruminação, está a treinar o seu cérebro para ser especialista em preocupar-se.

Passos para a ação: Se você inicia esse ciclo de preocupação e ruminação, lembre-se da técnica dos 3 “R” – Renomear, Reenquadrar e Redirecionar . Já aprendeu o que fazer quando se inicia um ciclo de pensamentos negativos e incapacitantes, usando uma afirmação de comando, “pára”, utilize esta técnica e depois deverá renomear a questão, lembrando-se que a preocupação não é real. Renomeie a questão considerando que os pensamentos negativos que está a ter devem-se a uma reação obsessiva do seu cérebro e não propriamente à realidade.

A seguir reenquadre o seu raciocínio focando-se em pensamentos positivos e de distração, utilizando uma técnica que apelidei de “Zoom”, visualize-se a resolver a questão ou como é que alguns dos seus amigos a resolveriam, foque-se nisso tal qual uma máquina a fazer zoom para capturar uma foto nítida. Tente ter uma imagem nítida daquilo que poderá funcionar para minimizar ou resolver a questão.

Force-se a ter outro tipo de pensamentos, acreditando sempre que irá arranjar uma solução, “apesar de ser difícil irei ser capaz”, está assim a dar uma ordem direta e capacitadora ao seu cérebro (lembre-se que ele é “plástico”), ele irá arranjar outros caminhos que correspondam ao seu pedido.

Por último redirecione as suas ações. Faça algo que seja motivador que lhe melhore o ânimo, que o envolva, mas faça, mesmo que lhe pareça ser algo ínfimo, faça. No entanto deverá fazer isso acreditando que vale a pena iniciar essa acção para se sentir melhor, e assim passo a passo ir resolvendo a sua questão, agora mais capacitado.

Humor diminuído e medos

Às vezes, podemo-nos sentir fora de nós, mal humorados, como se fosse um dia de nevoeiro, vimos e sentimos apenas o lado cinzento das coisas e da vida, afortunadamente na grande maioria das vez isto é apenas temporário, permanecendo apenas algumas horas ou poucos dias. Alguns distúrbios do humor, como a depressão, ansiedade grave ou as fobias, podem ser debilitantes e implacáveis.

Psicólogos e terapeutas têm utilizado tratamentos com base no conceito da neuroplasticidade para chegar à raiz desses distúrbios cognitivos e colocar a vida de quem os procura novamente funcional.

Passos para a ação: como já descrevi antes, o nosso cérebro consegue reescrever os circuitos neuronais, desde que forçado a tal. Usando a técnica “ Prova a ti mesmo” este exercício é feito em 3 passos que desafiam o pensamento de desesperança.

Fase 1: Faça uma lista dos pensamentos, de desesperança, tais como “o meu futuro será sombrio”, “nada do que faço corre bem”.

Fase 2: Deverá citar exemplos que suportem e provem os pensamentos depressivos

Fase 3: Deverá listar e explorar alternativas, pontos de vista e possibilidades. Para facilitar esta fase, deverá usar outra técnica que apelidei de “veredito em tribunal”. Passo a explicar este método muito simples. O que registou na fase 1 irá ser usado pelo seu “advogado” de acusação imaginado, na fase 2, tentando provar que existem efetivamente razões para estar com o humor diminuído e ter alguns medos. O que listou na fase 3 irá ser usado pelo “advogado” de defesa imaginado, que irá tentar argumentar que não existem motivos que justifiquem tal estado deprimido.

Fase 4: O “Juiz” imaginado, vai ter de chegar a um veredicto final. Neste exercício de apresentação de queixas e justificações, a sua mente poderá ter descoberto novas formas de pensar acerca do problema e situação que atravessa. Poderá assim ter um veredito final a seu favor e contra o humor diminuído e medos.

Os cientistas estão agora a olhar para a neuroplasticidade de forma a que aborde uma ampla variedade de problemas cognitivos e distúrbios, incluindo:

  • Perda dos sentidos – visão, audição e equilíbrio
  • Distúrbios de Aprendizagem e problemas de leitura
  • Problemas de processamento auditivo
  • Autismo e hipersensibilidade
  • O envelhecimento cerebral e memória
  • Questões relacionadas com o amor e o sexo
  • AVC e recuperação de lesão cerebral
  • Paralisia cerebral
  • Dor crónica
  • Transtorno obsessivo compulsivo
  • Trauma psicológico
  • Depressão e ansiedade
  • Problemas cognitivos após cirurgia no cérebro

Bons pensamentos positivos.

Abraço,

Miguel Lucas

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